A iniciativa insere-se nas atividades europeias de “governação migratória partilhada”, promovidas através da missão técnica UE-Líbia, e segue-se à sessão de formação conjunta Leste-Oeste realizada na semana passada em Taranto no âmbito da missão aeronaval europeia EuNavfor Med Irini. Nessa ocasião, oficiais líbios das duas margens participaram conjuntamente em módulos de cooperação marítima e de segurança fronteiriça, confirmando o desejo europeu de incentivar uma maior coordenação entre as instituições do país norte-africano.
Actualmente a Líbia continua dividida entre dois governos rivais: de um lado está o Governo de Transição de Unidade Nacional (GUN) com sede em Trípoli, liderado pelo Primeiro-Ministro Abdulhamid Dabaibalíder de uma das famílias mais poderosas da cidade de Misrata, e tecnicamente reconhecida pelas Nações Unidas; do outro, está o executivo paralelo apoiado pela Câmara dos Representantes de Benghazi, ligado às forças do general Khalifa Haftar e o seu poderoso Exército Nacional Líbio (NLA). O “marechal de campo” da Cirenaica, de 82 anos (posto militar mais elevado, equivalente a um general de cinco estrelas), também nomeou recentemente dois dos seus outros filhos, Saddam e Khaled, respectivamente vice-comandante do Comando Geral e chefe do Estado-Maior do ENL: um acto formal que estabelece uma sucessão que já foi decidida na prática há algum tempo. Por seu lado, as Nações Unidas, através da sua enviada Hannah Tetteh, lançaram um “roteiro” no Verão para alcançar eleições nacionais dentro de 12-18 meses.
