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Você vai se surpreender: o verdadeiro tamanho das línguas mais faladas do mundo

Prepare-se para repensar tudo que você achava que sabia sobre o domínio das línguas no nosso planeta! Língua não tem fronteiras e cresce onde menos se espera, muitas vezes num ritmo próprio e surpreendente. Então, aperte os cintos linguísticos: hoje vamos descobrir o verdadeiro tamanho das línguas mais faladas do mundo!

Por que os mapas podem enganar?

Primeiro, precisamos desfazer algumas ilusões cartográficas – quem nunca se enganou com o bom e velho planisfério? O famoso mapa-múndi clássico, aquele que penduravam na sala de aula, é um tanto quanto mentiroso, principalmente quando se trata do tamanho “real” dos países. Isso ocorre porque “achatar” uma esfera para virar um retângulo exige algumas distorções. Existe, aliás, a chamada Projeção de Peters, que dá preferência para a fidelidade do tamanho em detrimento da forma, esticando territórios no equador. Mas atenção: mesmo isso não basta para representar o incrível mosaico das línguas pelo mundo.

O grande desafio: línguas vão além das fronteiras

O problema em tentar cartografar as línguas é justamente que os falantes estão espalhados pelo globo como glitter depois do Carnaval. Uma representação clássica por países jamais vai dar conta da diversidade linguística. Para resolver isso, geógrafos e estudiosos criaram representações alternativas – algumas ajustam o tamanho dos países de acordo com desigualdades econômicas ou demográficas. No entanto, no caso das línguas, é impossível localizar tudo apenas por território.

Por isso, para mostrar o tamanho real das comunidades linguísticas nativas, o South China Morning Post criou um gráfico em formato circular, depois retomado pelo VisualCapitalist por sua simplicidade e seu apelo visual. Existem outros gráficos mais precisos e técnicos, mas para nós, meros mortais, vale o círculo mesmo: mais fácil de entender, impossível!

Quantas pessoas realmente falam cada língua?

Cuidado: o gráfico não mostra o total de pessoas que conseguem dar um “oi” ou arranhar numa segunda língua. O foco está nos falantes nativos de cada idioma. E aqui entra uma diferença gigantesca! Por exemplo: devido à quantidade de estudantes de inglês no mundo, a língua de Shakespeare acaba sendo mais falada no total do que o chinês, graças aos falantes secundários. Mas, se for na onda do “vale tudo”, aí já virou jogo de cartas marcadas.

  • O chinês, considerando todos os seus dialetos agrupados, domina. Seu segmento é maior que o espanhol, inglês, árabe e francês somados!
  • Na Índia, com impressionantes 1,4 bilhão de habitantes, a história é outra: embora o tâmil chegue perto de 70 milhões de nativos, e línguas como telugu e marathi também sejam amplamente faladas, cada uma delas é tão distinta que não foram agrupadas sob a bandeira de “língua indiana” – diferente do que ocorre com os dialetos chineses.
  • E o francês? Você pode até se chocar ao ver o quão pequena é a fatia do “Le Français”. Faz sentido: a esmagadora maioria dos nativos ainda está na França enquanto o idioma cresce no continente africano. Dado o boom populacional da África Subsaariana, é possível que, olhando para 2050, o francês possa se tornar a língua mais falada do mundo!

As cores no gráfico circular não são aleatórias: revelam os grupos linguísticos, como as línguas indo-europeias, das quais o francês faz parte. E como só os falantes nativos entram na conta, o fator demográfico pesa (e como!). Basta bater o olho para enxergar que a China esmaga a concorrência neste quesito.

O que realmente importa?

Podemos até sonhar com um instrumento ideal para comparar comunidades linguísticas nativas, mas por enquanto seguimos com representações imperfeitas – afinal, quem nunca fez seu jeitinho para entender o mundo? O mais importante é lembrar que as línguas desafiam fronteiras e mapas estáticos. Elas se transformam, se espalham, agrupam e fragmentam conforme as pessoas vivem, migram e criam novas histórias.

Então, da próxima vez que alguém quiser saber “qual é a língua mais falada do mundo?”, pergunte: “Você quer saber quem nasceu falando ou quem só deu uma espiadinha no Duolingo?” O tamanho das línguas é questão de ponto de vista, geografia e, claro, muita identidade!

Beatriz Marques
Beatriz Marques
Como redatora apaixonada na Rádio Miróbriga, me esforço todos os dias para contar histórias que ressoem com a nossa comunidade. Com mais de 10 anos de experiência no jornalismo, já cobri uma ampla gama de assuntos, desde questões locais até investigações aprofundadas. Meu compromisso é sempre buscar a verdade e apresentar relatos autênticos que inspirem e informem nossos ouvintes.