Desde a semana passada já está disponível em Portugal a vacina contra a dengue que não exige contacto prévio com o vírus. É eficaz contra a doença e evita internações por até quatro anos e meio após a vacinação.
O diretor do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), Filomeno Fortes, afirmou que para evitar picadas de mosquitos – aqueles que ainda não tiveram contacto com o vírus e foram para zonas onde a doença é endémica – a única indicação foi o uso de repelentes e roupas de mangas compridas. A vacina só poderia ser administrada em quem já teve contato com o vírus.
Destacando que a dengue está entre as 10 principais ameaças globais à saúde pública, de acordo com oOrganização Mundial da Saúde (OMS)e está presente em mais de 125 países, Filomeno Fortes sublinhou a importância da nova vacina, aprovada em dezembro pelo Infarmed.
A vacina contra a dengue em Portugal
“Já é indicado para pessoas que tiveram ou não a infecção e varia de quatro anos a 60 anos”, explicou, acrescentando que deve ser tomado em duas doses, com intervalo de um a três meses.
Questionado sobre a possibilidade de comparticipação por parte do Serviço Nacional de Saúde (SNS), diz que faria sentido que as autoridades tivessem em consideração esta hipótese no caso de surtos, como já aconteceu na Madeira.
“Partindo do pressuposto de que aqui em Portugal, na Madeira, onde temos o Aedes aegypti, onde já houve epidemias de dengue no passado, se estivéssemos perante uma situação de risco de reaparecimento da epidemia, as autoridades deveriam decidir se deveriam vacinar massivamente a população e, neste caso, o SNS deverá suportar os custos”
Filomeno Fortes, Diretor do IHMT