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UNSMIL: Os atores políticos da Líbia se comprometem a definir um caminho consensual para as eleições

“O processo de transição na Líbia foi caracterizado por profundas divisões políticas devido a ações unilaterais”

A missão das Nações Unidas de Apoio na Líbia (UNSMIL) pediu aos atores líbios que “se comprometessem a criar as condições necessárias para consultas construtivas para estabelecer uma estrutura política consensual que leva o país a eleições credíveis e inclusivas”. A própria Unsmil fez saber em seu site, depois do presidente do Conselho Presidencial da Líbia, Mohamed em Menficoncedido ao chefe da Alta Comissão Nacional para as Eleições (HNEC), Emad em Sayehum prazo de 30 dias para iniciar o referendo sobre o projeto de estabelecimento elaborado pela Assembléia Constituinte. Segundo relatos de uma fonte próxima ao Conselho Presidencial, o prazo foi formalmente comunicado após a adoção de três decretos presidenciais pelo próprio Menfi. O fracasso em iniciar o escrutínio do referendo foi motivado com a inércia demonstrada pelas instituições, apesar da existência de uma estrutura legal acordada entre a Câmara de Representantes e o Alto Conselho de Estado desde janeiro de 2021, como parte de um processo apoiado pelas Nações Unidas e culminou nas reuniões de Al Ghardaqa, no Egito.

A missão da ONU na Líbia está “preocupada com os recentes desenvolvimentos políticos e de segurança e alerta sobre o risco de ações de escalada unilateral por atores políticos e de segurança. Unsmil convida todos os atores políticos e de segurança a abster -se de tomar ações que poderiam colocar o processo de consulta em risco e comprometer a frágil paz e estabilidade do país”, continua a subaratismo. Um caminho consensual para as eleições “é essencial para a realização das aspirações do povo da Líbia a um governo representativo e a um país unificado, estável e próspero”, sublinhou a missão da ONU. “O processo de transição para a Líbia foi caracterizado por profundas divisões políticas devido a ações unilaterais. Continuando nesse caminho, há uma fragmentação adicional das instituições estatais”, continuou UNSMIL.

Ontem, o chefe do Conselho Presidencial assinou o decreto instituindo a Autoridade Nacional pelo referendo e informações públicas, suspendeu a lei sobre o Tribunal Constitucional aprovada pela Câmara e definiu os métodos para a eleição do Congresso Geral de Reconciliação Nacional. As três medidas fazem parte do pacote dos “decretos da salvação nacional”, de maneira tão chamada – de acordo com Menfi – para “proteger o processo político e garantir a conformidade com decisões jurisdicionais definitivas”. No entanto, as reações não esperaram. O vice -presidente do Conselho Presidencial, Abdullah a Lafi, se distanciou das decisões do presidente, declarando publicamente que “qualquer decreto do Conselho Presidencial exige uma decisão coletiva” e que “qualquer ato unilateral é nulo e sem efeitos legais”. Uma posição também compartilhada pelo Presidente da Câmara de Representantes, Aguila Saleh, que definiu os decretos “uma invasão das prerrogativas do poder legislativo”, declarando -as “não existentes do ponto de vista constitucional”.

Também o governo paralelo de Osama Hammad – Nomeado pela Câmara de Representantes e com sede no Oriente – ele criticou a iniciativa, chamando -a de “uma agressão contra as competências do Parlamento” e lembrando que “o Conselho Presidencial não tem autoridade legítima para regular a organização judicial do país”. Na frente oposta, o primeiro -ministro do governo da unidade nacional, Abdulhamid Dabaibaele recebeu o anúncio de Menfi e denunciou o que chamou de “manobras deliberadas para sabotar o desempenho do referendo constitucional”, reiterando que “a vontade popular não pode ser refém dos interesses políticos”. O projeto constitucional desenvolvido pela Assembléia Constituinte foi aprovado em julho de 2017, mas desde então seu caminho de implementação foi abordado devido a disputas políticas e processuais entre os vários centros de poder. O referendo constitucional é considerado uma das passagens fundamentais para desbloquear a transição institucional para a Líbia, que é bloqueada há anos em uma fase de estol, com dois governos rivais, instituições paralelas e interferência regional contínua.

Beatriz Marques
Beatriz Marques
Como redatora apaixonada na Rádio Miróbriga, me esforço todos os dias para contar histórias que ressoem com a nossa comunidade. Com mais de 10 anos de experiência no jornalismo, já cobri uma ampla gama de assuntos, desde questões locais até investigações aprofundadas. Meu compromisso é sempre buscar a verdade e apresentar relatos autênticos que inspirem e informem nossos ouvintes.