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Trump não se desvia do caminho de Zelensky nos Tomahawks, mas continua confiante no fim da guerra na Ucrânia

O presidente dos EUA reiterou que fez “progressos” durante a sua última conversa com Vladimir Putin

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não comentou a possibilidade de fornecer à Ucrânia os mísseis Tomahawk de longo alcance, solicitados pelo seu homólogo Volodimir Zelensky permitir que as forças de Kiev ataquem alvos em território russo e exercer mais pressão sobre Vladímir Putin, forçá-lo a sentar-se à mesa de negociações. Durante um almoço na Casa Branca com Zelensky, o presidente dos EUA reiterou que os Estados Unidos também precisam de mísseis Tomahawk e que não quer doar armas necessárias à defesa do país. Quando questionado sobre as perspectivas relacionadas com possíveis ataques ucranianos em território russo, Trump limitou-se a reconhecer que seria uma “escalada, mas falaremos sobre isso: preferiria que não houvesse necessidade de fornecer os Tomahawks para acabar com a guerra”.

O presidente norte-americano manifestou então mais uma vez confiança na possibilidade de se encontrar um acordo para pôr fim ao conflito na Ucrânia, reiterando que fez “progressos” durante a sua última conversa com Vladimir Putin. A mensagem publicada por Trump no telefonema com Putin, durante o qual também foi anunciada uma reunião na Hungria entre os presidentes da Rússia e da Ucrânia, teria apanhado Zelensky de surpresa, conforme noticiou o portal de informação “Axios”. Um detalhe que pode sinalizar o desejo de Trump de não dar tempo ao líder ucraniano para se organizar antecipadamente, como aconteceu em agosto passado, quando os líderes europeus o acompanharam à Casa Branca para uma cimeira dedicada à mediação para a paz na Ucrânia.

Em declarações aos jornalistas esta tarde, Trump descartou a possibilidade de realizar uma reunião a três em Budapeste, sublinhando que provavelmente só verá Putin enquanto permanecer “em contacto” com Zelensky. A razão, acrescentou, é que “há rixas entre os presidentes da Ucrânia e da Rússia, e queremos garantir que todos se sintam à vontade”. No entanto, a atmosfera na Casa Branca era muito diferente do agora conhecido confronto entre Trump e Zelensky no Salão Oval, em Fevereiro passado. Na sua declaração introdutória, o presidente dos EUA afirmou que o seu homólogo é “um líder forte, que suportou muito: e nós com ele”. Trump também acrescentou que “as coisas estão indo muito bem”, dizendo acreditar que Putin quer um acordo. “Acho que há uma boa chance de acabar com o conflito”, disse ele.

Neste último ponto, Zelensky pisou no freio, dizendo não acreditar que Putin realmente queira a paz. “Queremos a paz, mas Putin não a quer e é por isso que temos de pressioná-lo: temos de pressioná-lo a sentar-se à mesa de negociações”, disse, reiterando que as forças de Kiev precisam de sistemas de defesa aérea para se defenderem dos bombardeamentos de Moscovo. O líder ucraniano também confirmou que se reuniu com representantes de empresas de defesa dos EUA durante a sua visita, chegando mesmo a propor a troca dos mísseis Tomahawk pelos drones que Kiev está a produzir em massa para a sua guerra com Moscovo. Uma perspectiva que Trump não excluiu, declarando-se “interessado” nos drones ucranianos. “Construímos muitos deles, mas também compramos de outros países: os que eles produzem são excelentes”, explicou.

Beatriz Marques
Beatriz Marques
Como redatora apaixonada na Rádio Miróbriga, me esforço todos os dias para contar histórias que ressoem com a nossa comunidade. Com mais de 10 anos de experiência no jornalismo, já cobri uma ampla gama de assuntos, desde questões locais até investigações aprofundadas. Meu compromisso é sempre buscar a verdade e apresentar relatos autênticos que inspirem e informem nossos ouvintes.