Netanyahu reúne hoje o gabinete de guerra para aprovar o acordo e convida o presidente dos EUA a falar no Knesset
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que Israel e o movimento islâmico palestino Hamas chegaram a um acordo sobre a “primeira fase” do seu plano de paz na Faixa de Gaza. Na mensagem, publicada no Truth Social no final das conversações que ontem tiveram lugar no Egipto para finalizar um acordo, o presidente norte-americano não forneceu os detalhes precisos do acordo, limitando-se a dizer que todos os reféns ainda mantidos cativos em Gaza serão libertados “muito em breve” e que Israel retirará as suas tropas dentro de “uma linha acordada”. É “um primeiro passo para uma paz forte e duradoura”, acrescentou Trump, afirmando finalmente que todas as partes envolvidas serão tratadas com justiça. O acordo também foi confirmado posteriormente pelo primeiro-ministro israelense, Benjamim Netanyahu, que anunciou ter convocado o gabinete de guerra para hoje, quinta-feira, 9 de Outubro, para dar luz verde ao acordo alcançado em Sharm el-Sheikh.
Todos os reféns estão voltando para casa. 💛
pic.twitter.com/yQin9H0Fyi– A Casa Branca (@WhiteHouse) 9 de outubro de 2025
Netanyahu, que durante um telefonema convidou Trump para falar no Knesset, o parlamento unicameral de Israel, escreveu no X que “é um grande dia” para o seu país. “Quero agradecer do fundo do coração ao presidente Trump e à sua equipa por terem agido em apoio à missão sagrada de libertar os nossos reféns”, escreveu o primeiro-ministro no X. O Hamas, na sua declaração, também agradeceu ao presidente dos EUA pelo seu compromisso com a paz. “Valorizamos os esforços do Presidente Trump, que quer o fim definitivo da guerra em Gaza e a retirada das forças de ocupação”, lê-se na nota. O grupo acrescentou então que o acordo alcançado no Egipto estabelece “o fim da guerra”, bem como a troca de prisioneiros, a “retirada das forças de ocupação e a entrada de ajuda humanitária” no enclave.
O conteúdo geral do acordo também foi confirmado pelos mediadores no final da reunião em Sharm el-Sheikh, que especificaram que os detalhes da primeira fase do plano serão partilhados posteriormente. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed al Ansari, escreveu em Nenhuma das declarações faz referência a uma série de outras questões sobre as quais é mais complicado chegar a um acordo entre as partes, como o desarmamento do Hamas ou o futuro da governação de Gaza.
Segundo algumas fontes anônimas ouvidas pelo jornal israelense “Haaretz”, os negociadores “atualizaram” e finalizaram os mapas para a retirada de Israel da Faixa. Espera-se que as forças israelitas “abandonem completamente” a cidade de Gaza e a maioria das outras cidades do enclave, com excepção de Rafah. Quanto aos reféns, um funcionário da Casa Branca disse à CNN que o Hamas libertará os prisioneiros após 72 horas desde que o gabinete de guerra israelense aprovou o acordo. A fonte especificou que a contagem regressiva deveria começar assim que as forças israelenses recuassem para a linha pré-estabelecida. As estimativas dos EUA, especificou, indicam que a divulgação poderá começar na próxima segunda-feira. Outros meios de comunicação israelitas e internacionais, citando autoridades anónimas, escreveram que os reféns poderiam ser libertados ainda mais cedo, durante o fim de semana.