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“Todos estavam errados”: telas são mesmo as vilãs do fracasso escolar

Todos estavam errados: será que as telas são mesmo as vilãs do fracasso escolar? Prepare-se para mergulhar numa história que mistura tecnologia, nostalgia pelos bons e velhos livros e um pequeno suspense sobre o futuro da educação. Pegue seu manual (ou tablet, não julgamos!) e venha entender esse debate.

O avanço das telas e o debate nas escolas

A cada ano que passa, a tecnologia ocupa um lugar ainda mais presente em nossas vidas – e na dos nossos filhos. Desde pequenos, eles estão cercados por telas: em casa, na escola, no bolso (sim, aquele smartphone fofamente grudento). A discussão é inevitável: será que essa digitalização desenfreada na infância está mesmo puxando os índices escolares para baixo?

Em vários estabelecimentos de ensino, inclusive na França, já é muito comum o uso de tablets e computadores portáteis junto com os tradicionais manuais escolares. E não é para menos! Esses dispositivos permitem, por exemplo:

  • Exibir documentários e vídeos educativos
  • Propor mais interatividade através de quizzes e exercícios online
  • Estimular a busca por informações na internet
  • Facilitar a comunicação entre professores e pais

Inclusive, aquele caderninho de recados (o terror dos esquecidos!) já foi substituído há anos pelo Pronote: uma ferramenta digital para trocar informações sobre horários, resultados acadêmicos e até ausências das crianças.

Tecnologia: amiga ou inimiga do aprendizado?

Apesar dos benefícios, nem tudo são pixels e flores. Existem, claro, alguns problemas a considerar. O mais óbvio: as telas podem facilmente distrair os alunos, principalmente aqueles que já têm dificuldade para manter a atenção. E tem mais: segundo um estudo internacional citado na discussão, ler numa tela retroiluminada é mais cansativo do que no papel. Esse cansaço extra atrapalha a memória e dificulta a compreensão, especialmente para os mais novos.

Na Suécia, a situação é ainda mais radical: lá, há cerca de quinze anos, os livros vêm sendo gradualmente trocados por telas. Desde o colégio, os alunos passam muito tempo nos computadores oferecidos pela própria escola ou em tablets. Todo o trabalho – pesquisa, redação, revisão – é feito diretamente nesses aparelhos.

Celulares nas mãos de crianças: impacto na concentração e no estudo

Uma preocupação recorrente dos pais é a dificuldade de garantir que os filhos permanecem focados nas lições, em vez de se perderem em jogos ou vídeos engraçados. Em 2018, na Suécia, uma em cada cinco crianças de 5 a 8 anos já possuía seu próprio smartphone. Já na França, mais da metade dos alunos do ensino fundamental tem um telefone celular, chegando a 12% para crianças de 9 a 10 anos.

Com tantas telas por perto, é fácil se perguntar: será mesmo que estudar com tablet ou computador é saudável? Ou estamos todos, adultos e crianças, caindo numa armadilha digital?

O retorno ao papel: a decisão sueca e seus motivos

No passado, até mesmo o Ministério da Educação sueca defendia um ensino mais moderno, centrado nas novas tecnologias. Porém, a maré mudou: agora o governo quer fazer o caminho inverso.

Segundo Lotta Edholm, ministra da Educação, há preocupação com a queda no desempenho escolar e falta de senso crítico dos estudantes diante dos meios digitais. A confiança cega nas telas parece ter passado do ponto. Não é só um saudosismo: a compreensão dos textos ainda é boa pelo padrão europeu, mas de forma geral, percebe-se uma queda no nível escolar.

Tem até criança na pré-escola aprendendo a ler e escrever pelo tablet! Para reverter isso, o governo sueco já destinou 60 milhões de euros no ano passado, e mais 44 milhões este ano e em 2025, tudo para acelerar o retorno dos manuais escolares. O objetivo? Simples: garantir um livro para cada disciplina e para cada aluno.

  • Volta dos manuais escolares clássicos como prioridade
  • Investimento dedicado para disponibilizar os livros impressos
  • Reposicionamento diante dos riscos do 100% digital

Conclusão: entre telas e papel, onde está o equilíbrio?
Que atire o primeiro mouse quem nunca ficou tentado com as facilidades da tecnologia! Mas, quando o assunto é educação, os suecos servem de alerta: tanto na França quanto em outros países, o segredo talvez seja não demonizar nem idolatrar as telas, mas encontrar o equilíbrio entre interatividade digital e aquele cheirinho de livro novo. Afinal, nem todo herói usa capa – alguns usam papel… ou uma boa bateria carregada. O importante é que nossas crianças aprendam, conscientes do valor de cada ferramenta!

Beatriz Marques
Beatriz Marques
Como redatora apaixonada na Rádio Miróbriga, me esforço todos os dias para contar histórias que ressoem com a nossa comunidade. Com mais de 10 anos de experiência no jornalismo, já cobri uma ampla gama de assuntos, desde questões locais até investigações aprofundadas. Meu compromisso é sempre buscar a verdade e apresentar relatos autênticos que inspirem e informem nossos ouvintes.