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Síria: a Rússia está procurando um acordo com a Al Sharaa para manter as bases de Hmeimim e Tartus

De acordo com alguns analistas, a nova liderança de Damasco está procurando legitimidade internacional e dificilmente pode pagar um corte claro de relacionamentos com Moscou

Na Síria, novos vislumbres poderiam se abrir para a presença russa, fortemente questionada pela queda do regime do ex -presidente Bashar Al Assadaliado de Moscou. Com a tomada de poder pelos grupos armados liderados pelo novo chefe de estado, Ahmed Al Sharaaem 8 de dezembro e a lenta reconstrução do país após quase 14 anos de guerra civil, a Rússia teme que eles percam suas bases militares na Síria, em particular as de Hmeimim e Tartus, na área costeira de Latakia, que garantem o acesso ao Mediterrâneo. Moscou já se recusou a entregar o ex -ditador às novas autoridades sírias, reparado no país durante o avanço das facções rebeldes, mas outras cartas poderiam jogar para manter as margens de manobra com Damasco.

É nessa perspectiva que uma série de sinais possa ser lida que parece pensar em uma tentativa de elevar a Rússia com a nova liderança síria. No mês passado, Moscou entregou o equivalente a 23 milhões de dólares em moeda síria a taxas oficiais no Banco Central de Damasco. Isso não é uma novidade absoluta, já que os dois países fizeram um acordo que prevê que a Rússia imprime a moeda síria depois que uma subsidiária do Banco Central austríaco parou de fazê -lo devido às sanções impostas pelos países europeus durante a Guerra Civil. O acordo permaneceu em vigor, apesar do importante papel da Rússia em apoiar a repressão de Assad também contra os grupos de ex -rebeldes que agora estão no poder na Síria, bem como milhares de civis.

A difícil condição econômica síria, com os países europeus que ainda estão avaliando o pedido de remover sanções e um país a ser reconstruído após um regime que durou mais de cinquenta anos, poderia, no entanto, levar Damasco a suavizar suas posições. Por outro lado, o presidente da Sharaa já mostrou seu pragmatismo na política. As negociações já começaram no final de janeiro, quando uma delegação russa liderada por Mikhail BogdanovVice -ministro das Relações Exteriores Russo, E Alexander Lavrentievseu correspondente na Síria, foi à capital síria para discutir o futuro das bases militares no país. Em 13 de fevereiro, chegou a primeira entrevista por telefone entre os líderes dos dois países, que discutiram vínculos políticos, comerciais e econômicos, incluindo a disponibilidade da Rússia para “melhorar a situação socioeconômica na Síria”, segundo relatos do Kremlin.

De acordo com o jornal dos EUA “Wall Street Journal”, os contatos entre a Rússia e a Síria também dizem respeito à construção do porto de Tartus, que foi suspenso, o desenvolvimento de concessões gigantescas de gás natural offshore, fosfatos de minas e depósitos de hidrocarbonetos na área de Palmira, bem como a construção de um sistema de fértilizantes de Homs, na região de um centro central. Segundo alguns analistas, além disso, a nova liderança de Damasco está procurando a legitimidade internacional e dificilmente pode pagar um corte claro de relacionamentos com a Rússia (ou com outros atores importantes). Para completar a foto, deve -se levar em consideração que a nova administração do presidente dos EUA Donald Trump Ele não elaborou uma estratégia precisa para a Síria até agora, deixando o Livro Branco para a Rússia para manobras destinadas a preservar seus interesses no país. Segundo outras fontes, além disso, Washington poderia fechar um olho nos objetivos de Moscou também sob pressão de Israel, que não vê a crescente influência de Türkiye na Síria.

Beatriz Marques
Beatriz Marques
Como redatora apaixonada na Rádio Miróbriga, me esforço todos os dias para contar histórias que ressoem com a nossa comunidade. Com mais de 10 anos de experiência no jornalismo, já cobri uma ampla gama de assuntos, desde questões locais até investigações aprofundadas. Meu compromisso é sempre buscar a verdade e apresentar relatos autênticos que inspirem e informem nossos ouvintes.