O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou hoje um plano ambicioso para transformar a economia do Reino Unido e melhorar a eficiência dos serviços públicos do país, aproveitando o potencial da inteligência artificial (IA).
Apresentando o Plano de Ação para Oportunidades de IA, Starmer declarou que a inteligência artificial está preparada para provocar mudanças radicais no Reino Unido, prometendo que esta tecnologia irá “transformar a vida dos trabalhadores” e “acelerar as consultas de planeamento”, ao mesmo tempo que simplificará a burocracia para professores e médicos e ajudando pequenas empresas com contabilidade. O Primeiro-Ministro destacou como a IA poderia contribuir para um aumento da produtividade de 1,5 por cento ao ano, com potencial para ganhos de 47 mil milhões de libras por ano (cerca de 56 mil milhões de euros) para a economia britânica até 2030. “A IA trará mudanças incríveis para nosso país”, disse Starmer.
O plano do governo inclui investimentos significativos, incluindo a criação de “zonas de crescimento de IA”, destinadas a incentivar o desenvolvimento de centros de dados e outras infraestruturas tecnológicas. A primeira dessas áreas estará localizada em Culham, Oxfordshire, sede da Autoridade de Energia Atômica do Reino Unido. O objetivo é reduzir os tempos de aprovação de permissões de planejamento e oferecer conexões de energia dedicadas, necessárias para alimentar a indústria de IA. Ao todo estão previstos investimentos públicos e privados no valor de 14 mil milhões de libras (16,6 mil milhões de euros), com a promessa de criar cerca de 13 mil novos empregos, grande parte no setor da construção, mas também na área técnica.
Outro elemento-chave do plano é o fortalecimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS), com a utilização da IA. Especificamente, Starmer disse que os dados do NHS serão disponibilizados aos investigadores através de uma nova “Biblioteca Nacional de Dados”, destinada a estimular a inovação e a investigação no sector. O primeiro-ministro disse ainda que a adopção da IA no sector público ajudará a resolver alguns dos problemas estruturais do país, melhorando os serviços e aliviando a carga burocrática sobre os trabalhadores.
Starmer definiu a IA como “a oportunidade decisiva” para esta geração, capaz de tornar os serviços públicos “mais humanos”, “reduzir a burocracia para o pessoal e melhorar a sua eficiência”; embora reconhecendo os receios relacionados com a velocidade e amplitude do seu desenvolvimento. “Garantiremos que esta tecnologia seja segura”, assegurou Starmer.
“Precisamos de um governo que não fique parado e que aja rapidamente”, disse Starmer, sublinhando a necessidade de ser competitivo num contexto global onde países como os Estados Unidos e a China correm para dominar a indústria da IA. O governo do Reino Unido pretende assim posicionar-se como líder mundial neste setor, implementando políticas pró-inovação que promovam o crescimento e a competitividade do país.
“A indústria de IA precisa de um governo que esteja ao seu lado, que não fique parado e deixe as oportunidades escaparem por entre os dedos. E num mundo de competição feroz, não podemos ficar parados”, disse Starmer, concluindo: “Devemos agir rapidamente e agir para vencer a corrida global”.