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Projeto “Cartas com Ciência” abrange 22 alunos dos concelhos de Sines e Santiago do Cacém

Escrito por em 17 de Maio, 2024

Mais de 800 cientistas e perto de 600 estudantes dos países de língua oficial portuguesa já aderiram, desde 2020, ao programa de troca de cartas da associação “Cartas com Ciência” que atua junto de comunidades de baixos rendimentos.

O programa, que foi lançado há quatro anos, tem como objetivo “combater as desigualdades sociais, usando a ciência como ferramenta e, especificamente, nos países e comunidades de língua portuguesa”.

“Desde 2020 já participaram nos nossos programas de troca de cartas mais de 580 jovens em todos os países de língua oficial portuguesa e já temos uma comunidade de cientistas de mais de 800 pessoas”, disse hoje Mariana Alves, uma das coordenadoras do projeto.

Quatro anos volvidos, a responsável fez um balanço “muito positivo” do projeto, dando como exemplo os cerca de trezentos cientistas “que se encontram ainda em lista de espera” para “trocar cartas”, além do elevado número de “escolas” que também pretendem aderir.

“Neste momento procuramos mesmo entidades que estejam interessadas em investir no projeto para o podermos profissionalizar”, reforçou Mariana Alves, acrescentando que o projeto conta com mais de 35 voluntários de sete países de língua portuguesa.

A responsável falava, em Sines, à margem do evento de encerramento do projeto “Maré de Ciência” que foi implementado, este ano letivo, na Escola Padre António Macedo (ESPAM), em Vila Nova de Santo André, no concelho de Santiago do Cacém, e na Associação Cabo-verdiana de Sines e Santiago do Cacém.

“Este projeto cria uma conversa individual, personalizada e duradoura, entre cientistas e alunos, em língua portuguesa e ao longo de um ano letivo, não só sobre a ciência, mas também sobre ultrapassar obstáculos, criando uma relação que humanize quem pode ser cientista e para que mais pessoas jovens sintam que a ciência também é para elas”, frisou.

Nos concelhos de Sines e Santiago do Cacém, o programa desafiou 22 alunos de várias nacionalidades a participarem “em três rondas de trocas de cartas” com cientistas, que foram “enviadas por correio”, e a participarem em algumas sessões de video chamada para troca de impressões.

“Ao todo participaram 22 pares jovem/cientista, tendo os alunos falado com cientistas de vários países e também de várias áreas do saber, incluindo a história ou a biologia”, explicou.

Para Vítor Fernandes, professor de biologia e geologia na ESPAM, esta “foi uma aposta certa”, não só para os alunos, como para o docente que, ao longo deste ano letivo, ajudou cerca de 16 jovens, entre os 14 e os 16 anos, “a escreverem cartas aos cientistas”.

“Para eles foi muito bom falar, discutir e conversar com cientistas das diferentes áreas”, vincou.

Também para Elisabete Lopes, técnica da associação cabo-verdiana de Sines e Santiago do Cacém, o projeto foi bem recebido pelas seis crianças de várias nacionalidades, que integram o projeto de Ocupação de Tempos Livres, por se tratar “de uma experiência diferente e de uma realidade nova”.

Por seu lado, Mónica Medina, uma das cientistas que participa neste projeto, revelou que a experiência “tem sido muito gratificante” e “inspiradora”.

“De certa forma, estou a mostrar aquela criança o caminho que não me foi mostrado e a inspirar uma criança, independentemente de ser ciência ou não, a ver que há uma cabo-verdiana que está noutro país a fazer ciência”, relatou.


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