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O primeiro animal híbrido da história? Cientistas revelam descoberta surpreendente

Prepare-se para uma viagem ao passado da humanidade, onde carros de guerra eram puxados por animais não apenas fortes, mas resultado de cruzamentos tão surpreendentes quanto um mistério milenar recém-desvendado pela biologia!

Um enigma milenar: o mistério do kunga

Durante anos, o universo da arqueologia e da história ficou intrigado com a identidade de uma criatura recorrente na arte e nos textos mesopotâmicos: o kunga. Esse equídeo aparecia em representações que sugeriam importância social, mas ninguém sabia ao certo se ele era um cavalo, um burro ou algum animal fantástico saído diretamente da imaginação dos artistas antigos. A dúvida persistiu, principalmente porque distinguir ossos de cavalos, burros e mulas pode ser um desafio digno de um teste dos Deuses — pelo menos, para olhos humanos (e até para os de certos especialistas!).

Nova luz: o DNA e a verdadeira natureza do kunga

Mas a ciência sempre encontra um caminho! Pesquisadores do CNRS (essa sigla poderosa é do Centro Nacional de Pesquisa Científica francês) conseguiram ‘dar aquela olhadinha’ no passado usando DNA de esqueletos encontrados em Umm el-Marra, no norte da Síria. E, ao estilo CSI da Antiguidade, eles revelaram o segredo: o kunga era, na verdade, um animal híbrido resultante do cruzamento entre uma jumenta doméstica e um hemíone macho selvagem – uma espécie de asno que, hoje em dia, está praticamente sumida do mapa.

Ou seja: esqueça unicórnios ou monstros mitológicos – o kunga foi, de fato, produzido intencionalmente por mãos humanas há milhares de anos. Segundo os cientistas, essa é a evidência mais antiga de criação intencional de híbrido animal pela humanidade. Já dá pra sentir o orgulho dos antigos sumérios, não é?

A elite sobre rodas: kungas, status e guerra

O kunga não era só um animal exótico qualquer. Ele foi criado para puxar carros de guerra e servir nobres e elites em suas viagens e desfiles. A importância social desses animais era tanta que, em alguns casos, eles foram encontrados enterrados junto a pessoas de alta posição. Um privilégio assim em tempos tão remotos, convenhamos, não era para muitos.

  • Os kungas puxavam carros de guerra, associando-se à força militar e ao prestígio.
  • Eram escolhidos para o transporte das elites, mostrando que não eram apenas pela força, mas pelo status que carregavam.
  • Suas sepulturas junto aos poderosos sugerem um profundo respeito por esses híbridos originais da estratégia e do luxo.

Outro detalhe curioso: os equídeos realmente domesticados, como os cavalos, só apareceram na região do Crescente Fértil 500 anos depois da existência desses kungas. Isso dificultava – e muito – a vida dos arqueólogos, que não conseguiam encaixar os ossos desses animais em nenhuma categoria fácil. Era como montar um quebra-cabeça sem saber qual é a imagem final!

Dá trabalho ser híbrido!

Agora, vamos combinar: criar kungas não era tarefa para preguiçosos. A maioria dos híbridos entre espécies diferentes é estéril – o que significa que não bastava colocar os bichinhos juntos e esperar uma família numerosa. Para cada novo kunga, era necessário capturar mais um hemíone macho selvagem (que não devia colaborar muito com o plano) e cruzá-lo com uma jumenta doméstica. Tudo isso para gerar um animal que precisava, ainda, ser treinado.

Segundo Eva-Maria Geigl, bióloga do CNRS e autora do estudo, todo esse esforço só fazia sentido porque os sumérios precisavam de animais melhores que os asnos normais. Enquanto os burros até serviam para transporte de carga comum, eles simplesmente se negavam a entrar em combate. Os kungas, por outro lado, eram mais obedientes do que os asnos selvagens e, ao mesmo tempo, mais rápidos e fortes que os domesticados – uma combinação dos sonhos para qualquer general da época!

Conclusão: a descoberta do verdadeiro kunga mostra como a engenhosidade humana não conhece limites – seja na guerra, no transporte ou na busca por status social. E não deixa de ser inspirador (e um pouco divertido) pensar que há milênios, pessoas já estavam, literalmente, misturando espécies para encontrar o animal perfeito para suas necessidades. Cientistas, arqueólogos e curiosos agradecem!

Beatriz Marques
Beatriz Marques
Como redatora apaixonada na Rádio Miróbriga, me esforço todos os dias para contar histórias que ressoem com a nossa comunidade. Com mais de 10 anos de experiência no jornalismo, já cobri uma ampla gama de assuntos, desde questões locais até investigações aprofundadas. Meu compromisso é sempre buscar a verdade e apresentar relatos autênticos que inspirem e informem nossos ouvintes.