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Ni água nem açúcar: a técnica surpreendente que faz o soluço sumir na hora

Quem nunca tentou beber água de cabeça para baixo com o nariz tampado ou engoliu um gelo só para acabar com o soluço que atire a primeira colher de açúcar! Mas será que todos esses truques realmente funcionam na hora H? E se existisse uma forma quase infalível de dar tchau ao soluço em questão de segundos, sem recorrer a sustos nem a yoga improvisada?

O drama universal do soluço – e as tentativas desesperadas de se livrar dele

Pense rápido: quantas dicas bizarras sobre o fim do soluço você já encontrou na internet? Beber de costas, segurar a respiração, colocar um cubo de gelo no umbigo, pedir para alguém assustar você… Só não vale invocar a dança da chuva.

  • Beber água tampando o nariz
  • Prender o ar por longos segundos
  • Colocar gelo no umbigo (spoiler: molhado e estranho, sempre funciona… nunca!)
  • Pedir para alguém lhe dar um susto (risco de amizade abalada incluso)

A variedade é infinita, mas poucos podem dizer que alguma dessas táticas funcionou de modo imediato e regular. Afinal, quase sempre o soluço nos surpreende e, quando vem, parece teimar mais que fome em buffet.

Uma descoberta surpreendente: a “pílula” hoje vem em forma de canudo

Segundo jornais e sites como o britânico The Guardian e o portal Slate, pesquisadores norte-americanos garantem ter achado uma solução praticamente infalível. A resposta está em um dispositivo tão simples quanto inusitado: um canudo – mas não qualquer canudo! O produto, já patenteado com o imponente nome de “ferramenta de sucção e deglutição por inspiração forçada”, atende pela marca HiccAway.

O tal canudo de plástico tem formato de L e não está aí só para dar um ar tecnológico ao aguardente: ele possui uma ponta para a boca e outra com um tampão ajustável acompanhado de uma válvula de pressão – ou seja, um furinho estratégico. E não estamos falando de algo caríssimo: são 14 dólares (em torno de 11,76 euros, para quem gosta de converter a dívida do mês).

Como esse canudo-engenhoca faz o soluço sumir?

Para entender o porquê do canudo funcionar – muito além do placebo –, é preciso lembrar o que realmente é o soluço. Ele acontece por uma contração súbita do diafragma e dos músculos intercostais. O truque da invenção é exigir um esforço maior do usuário para puxar água através do canudo, ativando uma contração significativa do diafragma (via nervo frênico). Em seguida, ao engolir, entra em ação o nervo vago. Tcharam: estes dois nervos são justamente os responsáveis pelo soluço!

Quando requisitados dessa forma, eles ficam ocupados demais para provocar aquele famoso barulhinho – é ciência, não mágica.

Resultados promissores – com algumas ressalvas

O dispositivo foi posto à prova com 249 voluntários, dos quais mais de dois terços relataram sofrer com soluço pelo menos uma vez por mês. O estudo, publicado na respeitada revista Jama Network Open, mostra que em 92% dos casos o soluço sumiu rapidinho – e, segundo o Dr. Ali Seifi, professor associado do Texas Health Science Center em San Antonio e coautor do trabalho, o efeito dura várias horas depois do uso. “Funciona instantaneamente e o resultado permanece por horas”, destacou Seifi, sem soluçar nem um pouco.

Tudo muito promissor, mas, como em qualquer pesquisa, há alguns limites importantes:

  • O estudo não teve grupo controle para comparar os resultados com outras técnicas
  • Os resultados são todos baseados em autodeclaração dos participantes

O neurologista Dr. Rhys Thomas, da Universidade de Newcastle (que não participou do estudo), lembra ainda ao Guardian que tudo o que permite inflar o tórax e engolir pode funcionar. Em outras palavras, métodos clássicos como beber de cabeça para baixo de ouvidos tampados também entram na lista (com ou sem estilo).

Conclusão (sem soluços): Apesar de o novo dispositivo não ser garantia absoluta de fim dos soluços, ele surge como uma alternativa prática e engenhosa para quem já cansou das fórmulas caseiras. Se os barulhinhos insistirem, vale testar – mas, se preferir manter o ritual do gelo no umbigo, quem somos nós para julgar? Ao menos agora, ciência e criatividade estão lado a lado na busca pelo silêncio súbito.

Beatriz Marques
Beatriz Marques
Como redatora apaixonada na Rádio Miróbriga, me esforço todos os dias para contar histórias que ressoem com a nossa comunidade. Com mais de 10 anos de experiência no jornalismo, já cobri uma ampla gama de assuntos, desde questões locais até investigações aprofundadas. Meu compromisso é sempre buscar a verdade e apresentar relatos autênticos que inspirem e informem nossos ouvintes.