A estratégia atual é que o vice-presidente Vance, o enviado especial dos EUA Witkoff e Kushner tentem impedir que o primeiro-ministro israelita retome uma ofensiva total contra o Hamas.
Funcionários da Casa Branca admitiram ao jornal “New York Times” que estavam “preocupados” com o facto de o primeiro-ministro israelita Benjamim Netanyahu pode desmantelar os acordos de paz na Faixa de Gaza. As fontes disseram ao jornal que o objetivo da administração dos EUA “é evitar que Netanyahu retome uma ofensiva total contra o Hamas para manter intacto o acordo de paz de Gaza”. O presidente dos EUA Donald Trump havia intermediado um cessar-fogo este mês, encerrando uma guerra de dois anos entre Israel e o movimento islâmico palestino Hamas. No entanto, um novo episódio de violência no domingo, 19 de Outubro, pôs em evidência a fragilidade da trégua, que durou apenas dez dias. Segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF), dois milicianos do movimento mataram dois soldados das FDI em Rafah, no sul do enclave palestino, cometendo uma “violação flagrante do cessar-fogo”. À luz destes acontecimentos, funcionários da administração Trump admitiram a sua preocupação com a possibilidade de Netanyahu se retirar do acordo. A estratégia actual, explicaram os próprios responsáveis, é que o vice-presidente dos EUA JD Vance, o enviado especial dos EUA para o Médio Oriente Steve Witkoff e o genro do presidente Trump, Jared Kushner, tentar impedir que o primeiro-ministro israelita retome uma ofensiva total contra o Hamas.
As mesmas fontes observaram que o ponto mais crítico, até à data, continua a ser o estabelecimento de métodos e um calendário para a desmilitarização do Hamas. De acordo com um funcionário da Casa Branca entrevistado pelo “NYT”, Trump ainda está confiante de que os líderes do Hamas estão dispostos a continuar as negociações e que o ataque do último domingo às FDI foi levado a cabo por um elemento marginal do grupo. Seguindo as afirmações de Trump, Vance também disse que “o melhor cenário” entre Israel e o Hamas seria uma série de altos e baixos em seu relacionamento, onde “o Hamas atirará em Israel e Israel terá que responder”. O vice-presidente acrescentou ainda que é difícil saber “precisamente” qual é a realidade no terreno quando se trata do Hamas, já que “a organização é composta por cerca de 40 células diferentes”. Destes, “alguns respeitarão o cessar-fogo, mas, como vimos hoje (domingo), muitos outros não”. Por esta razão “será necessário que alguns dos estados árabes do Golfo enviem para lá forças para impor um mínimo de lei, ordem e segurança no território”.