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Migrantes: naufrágio na costa da Tunísia, vários recém-nascidos entre os 40 mortos recuperados

Desde o início de 2025, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), 961 pessoas perderam a vida no Mediterrâneo central

Mais uma tragédia no Mediterrâneo Central: quarenta migrantes, todos originários da África Subsariana, incluindo vários recém-nascidos, perderam a vida depois de o seu barco ter virado ao largo da costa de Salakta, uma cidade costeira no sudeste da Tunísia, perto de Mahdia. Segundo o porta-voz do tribunal de Mahdia, Walid Chtabri, pelo menos trinta pessoas – que estavam a bordo do mesmo barco – foram resgatadas das águas graças à intervenção conjunta da Guarda Costeira tunisina e das unidades náuticas da Guarda Nacional. O Ministério Público do tribunal de Mahdia abriu uma investigação para esclarecer as circunstâncias do naufrágio e apurar eventuais responsabilidades. Desde o início de 2025, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), 961 pessoas perderam a vida no Mediterrâneo central, incluindo as vítimas do acidente de hoje. Este é um dos piores naufrágios ocorridos em águas tunisinas.

A tragédia surge poucos dias depois da apresentação em Bruxelas do novo Pacto para o Mediterrâneo, que será submetido à aprovação política da União Europeia (UE) e dos parceiros do sul do Mediterrâneo, incluindo a Tunísia, no próximo mês, por ocasião do 30.º aniversário do Processo de Barcelona. As prioridades do Pacto incluem o reforço da cooperação regional e da preparação para catástrofes no Mediterrâneo, bem como uma abordagem abrangente à gestão da migração, com especial destaque para os regressos voluntários, as readmissões e o combate à imigração irregular. Em Abril de 2024, a Tunísia formalizou a sua Zona Marítima de Busca e Salvamento (SAR), um passo há muito instado pela Itália para melhorar a coordenação e a eficácia das operações no Mediterrâneo central. O país dotou-se também de um centro nacional de coordenação de operações de busca e salvamento, activo sob a tutela do Serviço Nacional de Vigilância Costeira do Ministério da Defesa, com a missão de centralizar as intervenções no mar. A investigação aberta em Mahdia terá de apurar se e por que motivo o sistema de alerta e salvamento não funcionou em tempo útil.

Beatriz Marques
Beatriz Marques
Como redatora apaixonada na Rádio Miróbriga, me esforço todos os dias para contar histórias que ressoem com a nossa comunidade. Com mais de 10 anos de experiência no jornalismo, já cobri uma ampla gama de assuntos, desde questões locais até investigações aprofundadas. Meu compromisso é sempre buscar a verdade e apresentar relatos autênticos que inspirem e informem nossos ouvintes.