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Mídia: Discussões Israel-Hamas no Egito sobre a libertação de prisioneiros palestinos, chegada de equipes do Catar e da Turquia

“A proposta de paz de Trump foi aprovada por todas as partes participantes na ronda de negociações em Sharm el Sheik”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros do Catar.

Hoje o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar Majed al Ansari, anunciou que a proposta de paz de Trump foi aprovada “por todas as partes” participantes na ronda de negociações em Sharm el Sheik. Especificando que as “dificuldades” dizem agora respeito à aplicação do plano de Trump, Al Ansari destacou ainda que Doha “aprecia o compromisso dos Estados Unidos em acabar com a guerra” e que “o trabalho conjunto visa garantir que a implementação do plano de Trump não seja temporária”. O porta-voz do Qatar informou ainda que o plano do presidente norte-americano prevê que “a entrega dos reféns marcará o fim da guerra em Gaza”, lembrando também que “a presença de um escritório do Hamas em Doha faz parte da ferramenta de mediação conduzida pelo Qatar desde 2006”. Al Ansari reiterou então que “o futuro do povo palestino deve ser determinado apenas pelos palestinos”.

Por seu lado, durante o segundo dia de conversações no Egipto, o Hamas declarou que a sua delegação negocial “está a trabalhar para remover todos os obstáculos à implementação do plano de paz de Trump”. “Estamos prontos para concluir um acordo justo sobre a troca de reféns e prisioneiros”, disse o Hamas, reiterando o seu desejo de “um cessar-fogo imediato e permanente”. Segundo revelou uma fonte palestina à emissora pan-árabe “Sky News Arabia”, o grupo islâmico apelou ao cessar-fogo e à suspensão dos voos israelitas sobre a Faixa para “permitir que os reféns sejam recolhidos dentro de uma semana”. De acordo com a proposta de Trump, o Hamas deveria de facto libertar os 48 reféns israelitas que permanecem em Gaza na primeira fase do plano.

Segundo a mesma fonte, o Hamas “rejeita a presença (do antigo primeiro-ministro britânico) Tony Blair como governador de Gaza, mas aceita que ele tenha um papel de supervisão remota”. O movimento também teria se recusado “categoricamente” a entregar Gaza a uma comissão internacional de transição, conforme previsto no plano dos EUA, e teria concordado com a entrada na Faixa de forças de segurança palestinas treinadas no Egito e na Jordânia. A mesma fonte disse à “Sky News Arabia” que o grupo islâmico, durante as negociações em Sharm el Sheikh, concordou em entregar as armas a uma autoridade egípcio-palestina. As armas do Hamas têm sido um importante ponto de discórdia nas tentativas anteriores de pôr fim à guerra em Gaza, agora no seu terceiro ano. O Hamas também aceitou que “os seus líderes que desejam poder sair de Gaza”, pedindo garantias aos Estados Unidos de que não serão processados, acrescentou a mesma fonte.

Hoje, segundo fontes anónimas do portal de notícias “Axios”, Trump reuniu o seu pessoal de segurança nacional para discutir os progressos no quadro das negociações para a paz em Gaza, antes da partida dos seus enviados Witkoff e Kushner, que participarão nas conversações em curso no Egipto a partir de amanhã. Ontem, o presidente dos EUA declarou que há “boas chances” de se chegar a um acordo para um cessar-fogo e a libertação dos reféns. O vice-presidente também participaria da reunião convocada hoje por Trump JD Vance; o Secretário de Estado, Marco Rubio; e o chefe de gabinete da Casa Branca, Susie Wiles. Segundo as fontes, Witkoff e Kushner atualizaram os participantes sobre o estado das negociações indiretas já em curso entre Israel e o Hamas, e sobre as posições expressas pelos mediadores do Egito, Qatar e Turquia.

Beatriz Marques
Beatriz Marques
Como redatora apaixonada na Rádio Miróbriga, me esforço todos os dias para contar histórias que ressoem com a nossa comunidade. Com mais de 10 anos de experiência no jornalismo, já cobri uma ampla gama de assuntos, desde questões locais até investigações aprofundadas. Meu compromisso é sempre buscar a verdade e apresentar relatos autênticos que inspirem e informem nossos ouvintes.