O Pentágono já implantou seu porta-aviões mais avançado no Mar do Caribe com navios de escolta equipados com mísseis de cruzeiro Tomahawk, caças F/A-18 e aeronaves de guerra eletrônica EA-18 Growler
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Ele negou relatos da imprensa de que seu governo estivesse planejando ataques contra alvos militares na Venezuela ligados ao tráfico de drogas. “Não”, disse ele aos repórteres a bordo do Air Force One, respondendo a uma pergunta sobre o suposto planejamento de ataques de seu governo na Venezuela.
Fontes bem informadas disseram ao jornal “Miami Herald” que a administração do presidente dos EUA poderá atingir uma série de alvos militares na Venezuela “numa questão de dias, ou mesmo horas”, sublinhando que o objetivo é decapitar a hierarquia do cartel venezuelano. Os planos, ainda em avaliação, dizem respeito a estruturas consideradas pontos de contato entre os cartéis de drogas e o governo de Maduro. Os alvos potenciais incluem portos e aeroportos controlados pelas forças armadas venezuelanas, usados – segundo Washington – para o contrabando de cocaína. Um ataque a alvos terrestres marcaria uma escalada sem precedentes dos já controversos ataques a navios suspeitos de tráfico de droga nas Caraíbas. Os Estados Unidos acreditam que “o cartel exporta aproximadamente 500 toneladas de cocaína por ano, divididas entre a Europa e os Estados Unidos”, explicaram as fontes. Com os ataques, o líder venezuelano Nicolás Maduro “Ele está prestes a ficar preso e poderá em breve descobrir que não pode escapar do país, mesmo que decida fazê-lo”, disse a fonte. “O que é pior para ele é que agora há mais de um general disposto a capturá-lo e entregá-lo, plenamente consciente de que uma coisa é falar sobre a morte, mas outra é vê-la chegando.”
A campanha faz parte da promessa de Trump de reprimir o tráfico de drogas da América Latina, que causa dezenas de milhares de mortes nos Estados Unidos todos os anos. Segundo dados dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), só no ano passado cerca de 80 mil cidadãos norte-americanos morreram por overdose, dos quais 48 mil por opiáceos sintéticos e 22 mil por cocaína. “O presidente Trump foi claro: Maduro deve parar de enviar drogas e criminosos para o nosso país”, disse a porta-voz adjunta da Casa Branca. Ana Kelly, acrescentando que o presidente está pronto para usar “todos os instrumentos do poder americano” para impedir o fluxo de narcóticos.
A campanha dos EUA contra o tráfico de drogas
A Casa Branca vem realizando há meses uma campanha de comunicação para apresentar Maduro como chefe de uma organização de tráfico de drogas e de “atividades terroristas” no continente. “A Venezuela é um narcoestado liderado por um cartel de drogas”, disse o secretário de Estado Marco Rubio, qualificando as operações militares contra os supostos barcos de traficantes de “uma campanha contra os narcoterroristas, a Al Qaeda do Hemisfério Ocidental”. Alguns aliados de Trump, como o senador Rick Scott, eles instaram abertamente Maduro a deixar o país: “Se eu fosse ele, me refugiaria na Rússia ou na China”.
O Pentágono já implantou o seu porta-aviões mais avançado no Mar das Caraíbas com navios de escolta equipados com mísseis de cruzeiro Tomahawk, caças F/A-18 e aeronaves de guerra electrónica EA-18 Growler. Nos últimos dias, bombardeiros B-52 e B-1 realizaram missões de reconhecimento perto da costa venezuelana, no que parece ser uma demonstração geral de força. Trump também confirmou ter autorizado a CIA a realizar “ações secretas” no país, sem contudo especificar a natureza. Como salienta o “Wall Street Journal”, Caracas não ficaria completamente indefesa no caso de um ataque aéreo dos EUA: as forças armadas venezuelanas possuem sistemas de defesa aérea russos S-300 e cerca de 5.000 mísseis portáteis Igla-S, como afirmou o próprio Maduro, que prometeu defender “a paz e a estabilidade do povo venezuelano”.
Maduro pede ajuda militar à Rússia, China e Irão
Segundo o “Washington Post”, Maduro teria recorrido à Rússia, China e Irã pedindo ajuda militar. De acordo com alguns documentos internos do governo dos EUA obtidos pelo jornal, o presidente venezuelano enviou uma carta ao seu homólogo russo este mês, Vladímir Putin, pedindo fornecimento de radares, componentes sobressalentes para aeronaves militares e “potencialmente até mísseis”. O governo de Caracas também teria contactado as autoridades de Pequim e Teerã, pedindo “equipamento e assistência militar para fortalecer as defesas do país”. Maduro também escreveu uma carta ao seu homólogo chinês, Xi Jinping, no qual espera uma “cooperação militar reforçada” entre os dois países para contrariar a “escalada com os Estados Unidos”. No documento, o presidente venezuelano pede ao governo chinês que acelere a produção de sistemas de radar para localização de alvos militares.
Segundo documentos obtidos pelo jornal, o Ministro dos Transportes da Venezuela, Ramón Celestino Velásquez, ele também “coordenou recentemente” um fornecimento de “drones e equipamento militar” do Irã e também está planejando uma visita ao país. O ministro teria dito a um funcionário de Teerã que a Venezuela precisa de dispositivos eletrônicos de interferência e “quase certamente de drones”.