A questão ucraniana estará no centro da reunião informal dos chefes de Estado do grupo de Arraiolos
Do nosso correspondente – Nunca antes os olhos da comunidade internacional estiveram voltados para a frente oriental da Aliança Atlântica e em particular para os países bálticos, os últimos postos avançados da NATO na fronteira com a Rússia e entre os mais solicitados pelas “provocações” de Moscovo. Países que desempenham um papel fundamental no cenário europeu, a começar pela Estónia, cuja capital Tallinn está localizada a poucas centenas de quilómetros da cidade natal do presidente russo Vladímir Putin, São Petersburgo.
E é precisamente em Tallin que os chefes de Estado europeus sem funções executivas, integrados no grupo de Arraiolos, se reunirão na sexta-feira para a habitual cimeira anual. Entre eles o Presidente da República, Sérgio Mattarella, que para a ocasião optou também por visitar a base da NATO em Amari, a cerca de cem quilómetros da capital, onde está estacionado um grande contingente italiano no âmbito da Aliança Atlântica. Na verdade, há cerca de uma centena de soldados italianos chamados a operar num contexto extremamente difícil e no qual são necessárias sangue frio, decisões rápidas e a tecnologia mais avançada possível.
Isto também é demonstrado pelo que aconteceu no mês passado, quando, não pela primeira vez, os F-35 da 32ª ala de Amendolara e da sexta ala de Ghedi tiveram de intervir depois de alguns MiGs russos terem invadido o espaço aéreo da NATO. Meios altamente avançados como os que estão à disposição dos nossos militares, a começar pelo radar Kronos do sistema italiano de mísseis antiaéreos Samp-T ou o ‘Caew’, um avião radar essencial para monitorizar as fronteiras com a Rússia. O presidente, que regressará da base militar a Itália, trará a proximidade da República aos nossos militares e reiterará, não só em palavras mas com a sua própria presença, o seu firme apoio à Ucrânia no conflito com Moscovo e a importância e papel de organismos internacionais como a NATO.
A questão ucraniana, como se pode imaginar, também estará no centro da reunião informal dos chefes de Estado do grupo de Arraiolos, ainda que para esta edição a presidência estónia quisesse centrar os acompanhamentos em particular na evolução da inteligência artificial e nos riscos e benefícios que dela decorrem. Na última cimeira, no ano passado, os chefes de estado dos países membros do grupo reuniram-se na Polónia, e também nessa ocasião o Presidente Mattarella apelou a uma maior unidade na comunidade europeia para responder aos desafios do nosso tempo, incluindo o “inadiável” da “defesa comum”. Um caminho necessário a percorrer – sublinhou – mas não levianamente. Porque há “profundo pesar, tristeza, em ver imensas quantidades de recursos financeiros para a compra de armas, retirando-as dos usos sociais”.