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Mattarella: “A paz deve ser buscada e cultivada, precisamos desarmar as almas”

“A esperança é que a centelha de esperança desencadeada na Terra Santa se estenda também à Ucrânia”, afirmou o Presidente da República

“O ‘Espírito de Assis’, que se propõe novamente nestes encontros, recorda a todos nós que a paz nunca é um resultado destinado sem uma dedicação constante a ela. A paz deve ser procurada, cultivada e ‘ousada’, para citar o título evocativo escolhido este ano”. Foi o Presidente da República quem o disse, Sérgio Mattarella, falando na Assembleia de abertura “Ousar a Paz”, em curso em Roma. Como recordou Sua Santidade Leão XIV, “é preciso desarmar as almas e desarmar as palavras para promover verdadeiramente a paz”, acrescentou.

“A paz exige muita coragem e muito trabalho, mas a paz vale a pena: é vida e desenvolvimento”, disse, porque as guerras “deixam o mundo pior do que antes”. “Há sempre outro caminho para a violência armada. Uma forma diferente é mais conveniente para resolver disputas – continuou o proprietário do Quirinale – evitando o risco de escaladas descontroladas, cujos efeitos colocam em risco a sobrevivência da humanidade”.

“O fim da Guerra Fria, com o diálogo Reagan-Gorbachev e a abertura a uma acentuada interdependência global, parecia abrir uma era de pacificação. Hoje estamos perante um cenário muito diferente, mesmo na Europa. “O nacionalismo a opor-se a outros nacionalismos surge de considerar outros povos como inimigos, se não como presenças abusivas ou mesmo inferiores, para fazer valer reivindicações de dominação com arrogância e, muitas vezes, violência”, continuou o chefe de Estado.

“Construímos, com a União Europeia, uma condição – alcançada até agora entre os seus membros – segundo a qual as armas ficariam silenciosas para sempre. E isto por vontade democrática dos seus povos livres, não por imposição imperial ou por um dos ditadores, protagonistas de experiências desumanas do século passado”, continuou Mattarella.

O chefe de Estado falou então sobre a guerra no Médio Oriente e na Ucrânia. “As notícias que chegaram nos últimos dias de Gaza, depois dos acordos de Sharm El-Sheikh, com os primeiros passos de acordo entre as partes em conflito no Médio Oriente e com a libertação dos reféns, lembram-nos que os processos de paz precisam de perseverança, paciência, trabalho de mediação, assunção de responsabilidades”, disse. “A força da arrogância deve ser contrastada com a força calma das instituições de paz. A esperança é que a centelha de esperança desencadeada na Terra Santa se estenda também à Ucrânia, onde as iniciativas de negociação lutam para tomar forma concreta enquanto o sofrimento das crianças, mulheres e homens causado pela crueldade da agressão russa não dá sinais de diminuir”, concluiu.

Beatriz Marques
Beatriz Marques
Como redatora apaixonada na Rádio Miróbriga, me esforço todos os dias para contar histórias que ressoem com a nossa comunidade. Com mais de 10 anos de experiência no jornalismo, já cobri uma ampla gama de assuntos, desde questões locais até investigações aprofundadas. Meu compromisso é sempre buscar a verdade e apresentar relatos autênticos que inspirem e informem nossos ouvintes.