A Procuradoria-Geral da Líbia ordenou a prisão de Ali al-Abed Abu AzoumMinistro da Educação do Governo de Unidade Nacional (Gun) com sede em Trípoli, por “negligência” na obrigação de distribuição de manuais escolares para o ano letivo 2025/2026. O facto foi relatado pela Procuradoria-Geral da República numa nota no Facebook, segundo a qual a investigação “destacou irregularidades nos procedimentos administrativos e financeiros relativos aos contratos celebrados, bem como negligência na obrigação de fornecer livros escolares a dois milhões de estudantes nos prazos estabelecidos pelas políticas aprovadas”. Em virtude disso, a Procuradoria-Geral emitiu uma ordem de detenção “na pendência de novas investigações, por lesão do interesse público e violação do direito à educação”.
Na passada sexta-feira, a Autoridade de Auditoria da Líbia anunciou ter detetado irregularidades na impressão e fornecimento de manuais escolares e instrumentos técnicos que provocaram atrasos na sua entrega e, consequentemente, impediram que alguns dos estudantes líbios tivessem o material disponível para o início do ano letivo. A medida de detenção imposta ao ministro da Educação surge na sequência de uma onda crescente de polémica no país norte-africano sobre o atraso na entrega dos livros escolares destinados ao ano letivo 2025-2026, impressos em Itália há vários meses mas ainda não chegados ao país. Segundo noticiou a emissora “Líbia 24”, próxima das autoridades do Leste da Líbia, os volumes – já prontos e embalados nos portos italianos – ainda não foram embarcados para a Líbia, apesar do ano letivo já ter começado. O problema não diria respeito à produção, mas aos procedimentos de importação e distribuição, retardados por dificuldades logísticas e de gestão. Algumas empresas contratantes líbias aparentemente não respeitaram os prazos de entrega, mesmo após prorrogações superiores a 45 dias, e três delas já receberam notificações de incumprimento.
