A informação foi noticiada pelo “Japan Times”, explicando que segundo dados oficiais desde o início do ano pelo menos 12 pessoas foram mortas e mais de 100 feridas no total no país
O Japão ordenou a intervenção do exército para fazer face aos múltiplos ataques de ursos registados em várias cidades do país, a pedido das administrações locais. A informação foi noticiada pelo “Japan Times”, explicando que segundo dados oficiais desde o início do ano pelo menos 12 pessoas foram mortas e mais de 100 feridas em todo o Japão, com prevalência no norte, naquele que é o maior número de ataques de ursos alguma vez registados no país. As autoridades de defesa deixaram claro que apenas os caçadores – e não os militares – terão permissão para abrir fogo contra ursos que representem uma ameaça imediata. O papel do exército será estritamente não-bélico, concentrando-se na logística, como o transporte de carcaças, a montagem de armadilhas e o patrulhamento de áreas florestais onde foram avistados ursos.
Os ataques estão afetando particularmente as localidades do norte de Akita, Iwate e Fukushima. No final de Outubro, o governador de Akita, Norihisa Satake, solicitou formalmente a assistência das Forças de Autodefesa Japonesas (SDF) depois de ursos também terem sido avistados perto de escolas e áreas comerciais, provocando pânico e forçando as administrações a fechar as instalações por períodos. Os especialistas atribuem o aumento dos ataques a uma combinação de factores ambientais e demográficos, incluindo más colheitas de bolotas e faias, invernos mais amenos que atrasam a hibernação e o fenómeno do despovoamento rural que deixa terras agrícolas e grandes áreas sem gestão. Os ataques também reacenderam o debate nacional sobre como equilibrar a protecção ambiental com a segurança pública. Os ursos são respeitados no folclore japonês e na cultura rural, símbolo de força e resistência. Mas à medida que os ataques aumentam, os residentes locais apelam a medidas de controlo mais rigorosas, enquanto os grupos ambientalistas apelam a soluções humanitárias e a uma melhor gestão florestal, em vez do abate em grande escala. A população de caçadores no Japão vem diminuindo há anos, com cerca de 60% dos caçadores licenciados com mais de 60 anos de idade.