Nos últimos anos, o número de italianos que procuram uma nova vida em Portugal tem crescido significativamente. As razões para esta escolha são o clima favorável, o menor custo de vida em comparação com outros destinos europeus e a semelhança cultural que facilita a adaptação. No entanto, por trás desta aparente oportunidade reside uma realidade mais complexa do que parece à primeira vista.
Entre os 5,8 milhões de italianos que vivem no estrangeiro, Portugal representa um destino cada vez mais popular. Antigamente, eram principalmente os pensionistas que eram atraídos pelos benefícios fiscais e pelo menor custo de vida em comparação com a Itália. Mas há mais de uma década que as grandes multinacionais atraem jovens italianos oferecendo trabalho e muitas vezes ajudando na procura inicial de alojamento. Entre 2021 e 2022, os registros AIRE (Cadastro de italianos residentes no exterior) continuaram a refletir esta tendência, com um aumento de pessoas que optam por se mudar para Portugal por razões económicas ou de trabalho.
Movido pela esperança de encontrar novas oportunidades de vida
Embora o apelo a um futuro mais brilhante e sereno fascine, infelizmente muitos italianos chegam aleatoriamente a Portugal. Encontram-se assim confrontados com um obstáculo insidioso: a falta das competências técnicas e linguísticas adequadas. Esta desvantagem corre o risco de comprometer a sua capacidade de integração eficaz no ambiente de trabalho do país anfitrião. As implicações são duas: não só são criadas dificuldades individuais para os recém-chegados, mas a economia portuguesa também tem de lidar com uma força de trabalho que nem sempre está preparada para as necessidades locais.
Para enfrentar estes desafios, é fundamental que os italianos que sonham com uma nova vida em Portugal investir na própria educaçãoadquirindo competências linguísticas e profissionais adequadas antes mesmo de fazer as malas. O apoio poderia provir de órgãos governamentais e organizações dedicadas à integração de imigrantes, que deveriam intensificar iniciativas de formação e orientação no local.
Construir e manter uma comunidade coesa torna-se assim o objectivo principal. A criação de redes de apoio entre compatriotas, onde se partilham experiências e se transmitem competências, pode fazer a diferença entre o fracasso e a integração. Através de grupos online, eventos sociais e associações culturais, os italianos podem sentir-se apoiados e promover o sucesso mútuo.
Atualmente, cerca de 10.000-12.000 italianos registados no AIRE residem em Portugal, de acordo com as estimativas mais recentes. As principais zonas onde se instalam incluem Lisboa, Porto, região do Algarve e Madeira, escolhidas pelo seu clima favorável, baixo custo de vida e oportunidades de trabalho ou reforma.
Em última análise, a aventura portuguesa é cheia de possibilidades, mas requer preparação e estratégias direcionadas. A integração eficaz, portanto, é uma jornada de descoberta mútua, que pode transformar uma simples migração numa história de sucesso partilhado.