“Sky News” relata isso. A operação ocorre num momento em que os Estados Unidos intensificam a sua presença militar no Mar das Caraíbas e no Pacífico oriental, mobilizando navios de guerra e aeronaves com o objectivo declarado de atingir redes de tráfico de droga.
Imagens de satélite mostram um navio dos EUA envolvido em exercícios militares a pouco menos de 200 quilómetros da costa da Venezuela. “Sky News” relata isso. A operação ocorre num momento em que os Estados Unidos estão a aumentar a sua presença militar no Mar das Caraíbas e no leste do Pacífico, mobilizando navios de guerra e aeronaves com o objectivo declarado de atingir redes de tráfico de droga. O Pentágono já implantou o seu porta-aviões mais avançado no Mar das Caraíbas com navios de escolta equipados com mísseis de cruzeiro Tomahawk, caças F/A-18 e aeronaves de guerra electrónica EA-18 Growler. Nos últimos dias, bombardeiros B-52 e B-1 realizaram missões de reconhecimento perto da costa venezuelana, no que parece ser uma demonstração geral de força. Trump também confirmou ter autorizado a CIA a realizar “ações secretas” no país, sem contudo especificar a natureza.
Como salienta o “Wall Street Journal”, Caracas não ficaria completamente indefesa no caso de um ataque aéreo dos EUA: as forças armadas venezuelanas possuem sistemas de defesa aérea russos S-300 e cerca de 5.000 mísseis portáteis Igla-S, como afirmou o próprio Maduro, que prometeu defender “a paz e a estabilidade do povo venezuelano”. Segundo o “Washington Post”, o presidente venezuelano Nicolás Maduro recorreu à Rússia, à China e ao Irão pedindo assistência militar à luz da campanha militar lançada pelos Estados Unidos contra os traficantes de droga nas Caraíbas e no leste do Oceano Pacífico. De acordo com alguns documentos internos do governo dos EUA obtidos pelo jornal, Maduro enviou este mês uma carta ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, solicitando fornecimentos de radares, componentes sobressalentes para aeronaves militares e “potencialmente até mísseis”. O governo de Caracas também teria contactado as autoridades de Pequim e Teerã, pedindo “equipamento e assistência militar para fortalecer as defesas do país”. Maduro também escreveu uma carta ao seu homólogo chinês, Xi Jinping, na qual espera uma “cooperação militar reforçada” entre os dois países para contrariar a “escalada com os Estados Unidos”. No documento, o presidente venezuelano pede ao governo chinês que acelere a produção de sistemas de radar para localização de alvos militares.
Fontes bem informadas disseram ontem ao jornal Miami Herald que a administração Trump poderia atacar uma série de alvos militares na Venezuela “numa questão de dias, ou mesmo horas”, com o objectivo de decapitar a hierarquia do cartel venezuelano. Os planos, ainda em avaliação, dizem respeito a estruturas consideradas pontos de contato entre os cartéis de drogas e o governo de Maduro. Os alvos potenciais incluem portos e aeroportos controlados pelas forças armadas venezuelanas, usados – segundo Washington – para o contrabando de cocaína. Um ataque a alvos terrestres marcaria uma escalada sem precedentes dos já controversos ataques a navios suspeitos de tráfico de droga nas Caraíbas. Os Estados Unidos acreditam que “o cartel exporta aproximadamente 500 toneladas de cocaína por ano, divididas entre a Europa e os Estados Unidos”, explicaram as fontes. Com os ataques, o líder venezuelano Nicolás Maduro “está prestes a ficar encurralado e poderá em breve descobrir que não pode fugir do país, mesmo que decida fazê-lo”, disse a fonte. “O que é pior para ele é que agora há mais de um general disposto a capturá-lo e entregá-lo, plenamente consciente de que uma coisa é falar sobre a morte, mas outra é vê-la chegando.”
Miami Herald: EUA preparam ataque à Venezuela, Trump nega. Maduro pede ajuda à Rússia, China e Irã