A ONU confirmou que mais sete funcionários foram sequestrados nos últimos dois dias, elevando o número total de funcionários sequestrados para cerca de 60.
Militantes do movimento iemenita pró-iraniano Ansar Allah, também conhecidos como Houthis, invadiram ontem os escritórios do Representante Especial das Nações Unidas para o Iêmen e da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) em Sana’a, prendendo vários funcionários locais. Este é mais um episódio contra o pessoal das agências internacionais que atuam nos territórios sob controle do grupo rebelde.
O ataque ocorreu menos de 24 horas depois que as Nações Unidas nomearam o diplomata palestino Moin Shreim, encarregado de liderar os esforços para libertar funcionários ainda detidos pelos Houthis. Segundo o portal de informação “News Yemen”, homens armados afiliados ao movimento invadiram os dois escritórios e prenderam vários funcionários, depois de anteriores operações de segurança que já tinham levado à detenção de dezenas de trabalhadores de agências humanitárias. A ONU confirmou que, nos últimos dois dias, mais sete funcionários foram raptados, elevando o número total de funcionários raptados para cerca de 60, na sua maioria cidadãos iemenitas empregados em programas de assistência e desenvolvimento. A organização anunciou também que irá reavaliar as suas operações nas áreas controladas pelos Houthi, após uma série de violações graves que incluem a ocupação de instalações, o confisco de bens e a detenção sistemática de funcionários. A nova escalada surge após as recentes acusações feitas pelo líder do movimento Abdul Malik al Houthis, que num discurso televisionado acusou várias agências das Nações Unidas, incluindo o Programa Alimentar Mundial (PMA) e a Unicef, de estarem envolvidas em “actividades de espionagem e agressão contra o Iémen”.