A sobrevivência do governo liderado por Lecornu depende da decisão de suspender a reforma previdenciária, solicitada pelo Partido Socialista, segundo o jornal “Les Echos”
O Eliseu anunciou ontem à noite a formação do novo governo francês que será liderado pelo primeiro-ministro Sébastien Lecornu. Confirmaram os Ministros da Justiça, Gerald Darmanin; da Cultura, Rachida Dati; de Economia, Roland Lescure; e Relações Exteriores, Jean-Noel Barrot. Jean-Pierre Farandou, ex-presidente da operadora ferroviária pública Sncf, será o novo ministro do Trabalho, enquanto Laurent Nunez liderará o Ministério do Interior, sucedendo ao líder dos republicanos, Bruno Retailleau.
Monique Barbut será Ministra da Transição Ecológica, substituindo Agnes Pannier-Runacher, enquanto Catherine Vautrin se tornará Ministra da Defesa. Eduard Geffray assumirá o Departamento de Educação, até agora liderado por Elisabeth Borne, enquanto Vincent Jeanbrun assumirá o Departamento de Urbanismo.
A sobrevivência do governo liderado por Lecornu depende da decisão de suspender a reforma previdenciária, solicitada pelo Partido Socialista. O jornal “Les Echos” noticiou isto num editorial, lembrando que os socialistas estariam dispostos a não apresentar uma moção de censura se Lecornu decidisse suspender a reforma. Desta forma, “será possível uma forma de estabilidade política, ainda que precária”, explica o principal jornal económico francês, segundo o qual tal medida “explodiria o bloco central”.
A reforma das pensões é vista por muitos membros da maioria presidencial como uma medida de identidade, sublinha “Les Echos”. “Se Sébastien Lecornu se recusar a suspender ou revogar a reforma, o seu governo cairá e Emmanuel Macron será muito provavelmente obrigado a dissolver a Assembleia Nacional”, lê-se novamente na análise do jornal.