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Eurodeputados pedem o fim do apoio da UE às forças líbias, Trípoli rejeita as acusações

Diplomatas denunciam “práticas violentas” atribuídas à Guarda Costeira da Líbia contra navios humanitários e barcos de migrantes no Mediterrâneo central

Um grupo de 38 eurodeputados de quatro grupos políticos do Parlamento Europeu – Socialistas e Democratas, Renovar a Europa, Verdes e Esquerda – apelou à Comissão Europeia para suspender “todo o financiamento e apoio técnico” às forças de segurança da Líbia. No seu apelo, os parlamentares denunciam “práticas violentas” atribuídas à Guarda Costeira Líbia contra navios humanitários e barcos de migrantes no Mediterrâneo central, apelando à cessação imediata de todas as formas de assistência operacional e financeira a estas entidades. No documento, os deputados afirmam que a cooperação com Trípoli representa “uma utilização indevida de fundos da União Europeia” e “um factor de desestabilização do frágil processo de paz da Líbia”, além de minar a credibilidade da UE como actor internacional. A iniciativa surge no contexto de crescentes reclamações de ONG e organizações humanitárias, segundo as quais unidades líbias abriram fogo contra navios de resgate ou colocaram em risco a vida de migrantes com manobras agressivas.

Desde 2017, a Comissão Europeia tem fornecido formação, assistência técnica e recursos financeiros às autoridades líbias para a gestão dos fluxos migratórios. O Fundo Fiduciário de Emergência para África atribuiu cerca de 465 milhões de euros a partir de 2021, complementados por mais 65 milhões ao abrigo do programa do Mecanismo de Vizinhança, Desenvolvimento e Cooperação Internacional para o período 2021-2027. Apesar das críticas, a cooperação UE-Líbia continua a ser fundamental para as políticas de controlo das fronteiras no Mediterrâneo. A Comissão Europeia definiu recentemente as discussões com uma delegação líbia, composta por representantes do Governo de Unidade Nacional de Trípoli e do executivo do Parlamento de Benghazi, como “construtivas e abertas”, reiterando que a prioridade comum deve ser o “pleno respeito pelos direitos humanos em todas as formas de colaboração”.

Beatriz Marques
Beatriz Marques
Como redatora apaixonada na Rádio Miróbriga, me esforço todos os dias para contar histórias que ressoem com a nossa comunidade. Com mais de 10 anos de experiência no jornalismo, já cobri uma ampla gama de assuntos, desde questões locais até investigações aprofundadas. Meu compromisso é sempre buscar a verdade e apresentar relatos autênticos que inspirem e informem nossos ouvintes.