O secretário da Guerra, Pete Hegseth, relata isso em uma postagem no X, especificando que a operação, dirigida pelo presidente Donald Trump e conduzida em águas internacionais, tinha como alvo um navio “conhecido por transportar drogas ao longo de uma rota de contrabando”.
Os Estados Unidos realizaram outro ataque a um navio que transportava supostos traficantes de drogas no Mar do Caribe, matando três homens a bordo. O Secretário da Guerra relata isso Pete Hegseth em postagem no X, especificando que a operação, dirigida pelo presidente Donald Trump e conduzido em águas internacionais, teve como alvo um navio “conhecido por transportar narcóticos ao longo de uma rota de contrabando”. Nenhum militar dos EUA ficou ferido, acrescentou. O ataque segue-se a um realizado na quarta-feira, no qual quatro homens foram mortos, e a uma série de ataques que deixaram mais 14 pessoas mortas na segunda-feira. A operação, iniciada no início de setembro, já causou a morte de mais de 62 pessoas, incluindo cidadãos venezuelanos e colombianos, e destruiu 14 barcos e um semissubmarino. Segundo fontes do “Washington Post”, a administração Trump disse ao Congresso que quer continuar as operações militares contra os traficantes de drogas sem a autorização dos parlamentares, o que na sua opinião é desnecessário.
Segundo as mesmas fontes, o chefe do departamento jurídico do Departamento de Justiça, Elliot Gaiserteria declarado que a Resolução sobre Poderes de Guerra de 1973 não se aplicaria a ataques contra traficantes de drogas. A lei, adoptada depois de as forças dos EUA terem deixado o Vietname, exige que o presidente notifique o Congresso no prazo de 48 horas sobre qualquer participação militar dos EUA em “hostilidades”. Na falta de declaração de guerra ou autorização específica do Congresso, a lei também estabelece que o uso das Forças Armadas deve terminar em 60 dias, prorrogáveis por mais 30 em circunstâncias que exijam mais tempo para organizar a retirada.
Hoje, sob a orientação do Presidente Trump, o Departamento de Guerra realizou um ataque cinético letal contra outro navio do narcotráfico operado por uma Organização Terrorista Designada (DTO) no Caribe.
Esta nave – como TODAS AS OUTRAS – era conhecida pela nossa inteligência como sendo… pic.twitter.com/W7xqeMpSUi
– Secretário da Guerra Pete Hegseth (@SecWar) 2 de novembro de 2025
A administração Trump informou os legisladores sobre o primeiro ataque em 4 de setembro, antes de lançar vários outros contra navios de droga nas Caraíbas e no leste do Oceano Pacífico. O prazo de 60 dias seria segunda-feira, mas Gaiser disse aos legisladores que a definição de “hostilidade” da lei não se aplica a ataques contra traficantes de drogas e que o governo não buscaria uma prorrogação ou luz verde do Congresso. Um alto funcionário anónimo ouvido pelo jornal explicou que a resolução deveria ser aplicada a casos de “hostilidade” que colocassem as Forças Armadas “em perigo”, com envolvimento direto. Segundo o governo, o fato de os ataques contra o narcotráfico serem conduzidos com o auxílio de drones, lançados de navios em águas internacionais, seria suficiente para não exigir o sinal verde do Congresso. “Em resumo, as operações em curso não estão num nível que possa ser classificado como hostilidades”, acrescentou a fonte.
Desde o início de Setembro, os Estados Unidos intensificaram a sua presença militar no Mar das Caraíbas e no Pacífico oriental, mobilizando navios de guerra e aeronaves com o objectivo declarado de atacar as redes de tráfico de droga. O Pentágono já implantou o seu porta-aviões mais avançado no Mar das Caraíbas com navios de escolta equipados com mísseis de cruzeiro Tomahawk, caças F/A-18 e aeronaves de guerra electrónica EA-18 Growler. Nos últimos dias, bombardeiros B-52 e B-1 realizaram missões de reconhecimento perto da costa venezuelana, no que parece ser uma demonstração geral de força. Trump também confirmou ter autorizado a CIA a realizar “ações secretas” no país, sem contudo especificar a natureza.
Como salienta o “Wall Street Journal”, Caracas não ficaria completamente indefesa no caso de um ataque aéreo dos EUA: as forças armadas venezuelanas possuem sistemas de defesa aérea russos S-300 e cerca de 5.000 mísseis portáteis Igla-S, como afirmou o próprio Maduro, que prometeu defender “a paz e a estabilidade do povo venezuelano”. Segundo o “Washington Post”, o presidente venezuelano Nicolás Maduro recorreu à Rússia, à China e ao Irão pedindo assistência militar à luz da campanha militar lançada pelos Estados Unidos contra os traficantes de droga nas Caraíbas e no leste do Oceano Pacífico. De acordo com alguns documentos internos do governo dos EUA obtidos pelo jornal, Maduro enviou este mês uma carta ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, solicitando fornecimentos de radares, componentes sobressalentes para aeronaves militares e “potencialmente até mísseis”. O governo de Caracas também teria contactado as autoridades de Pequim e Teerã, pedindo “equipamento e assistência militar para fortalecer as defesas do país”. Maduro também escreveu uma carta ao seu homólogo chinês, Xi Jinping, na qual espera uma “cooperação militar reforçada” entre os dois países para contrariar a “escalada com os Estados Unidos”. No documento, o presidente venezuelano pede ao governo chinês que acelere a produção de sistemas de radar para localização de alvos militares.