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Estas 4 frases sabotam o equilíbrio emocional dos seus filhos: veja quais evitar

Ninguém nasce sabendo ser pai ou mãe em plena era digital. Mas, entre deslizes e acertos, há certas frases que podem minar de vez o equilíbrio emocional dos nossos filhos — mesmo quando a intenção é ajudar. Entenda, com base nas descobertas de Richard Culatta, especialista em educação tecnológica, como pequenas mudanças de abordagem já colocam as crianças no caminho de uma relação mais saudável, tanto com a tecnologia quanto com elas mesmas.

As palavras importam: o impacto no equilíbrio emocional

A forma como lidamos com o uso das telas e da tecnologia dentro de casa pode ter um reflexo profundo no desenvolvimento dos nossos filhos — especialmente quando pensamos no adulto equilibrado que esperamos que eles se tornem. Richard Culatta, autor de “Digital for Good: Raising Kids to Thrive in an Online World”, mapeou o que pais e mães mais eficazes evitam dizer durante esses diálogos e, principalmente, como substituem essas falas problemas por abordagens mais construtivas.

Quatro frases que sabotam (e o que dizer no lugar)

  • “Esse aparelho é viciante.” É uma frase comum, mas confusa: não é o celular (ou o computador) em si que vicia, e sim certos aplicativos ou sites, que, se usados de forma exagerada, podem gerar dependência e desequilíbrio. Em vez de condenar o tempo de uso, prefira convidar seu filho para outra atividade, dando um motivo convincente para a troca. É o contexto e a intenção que fazem toda diferença!
  • “Você está jogando esse jogo há tempo demais.” Focar apenas na duração que a criança fica em determinada atividade digital ignora os possíveis problemas que essa atividade causa. E mais: não esclarece as reais preocupações dos pais. Você ficaria igualmente alarmado se seu filho passasse duas horas vendo um filme? Se sua opinião é que aquele jogo é menos benéfico do que outras opções, vale explicar por quê, apontando, por exemplo: “Parece que este jogo prende mais sua atenção do que merece, já que ele é bem repetitivo e depende da sorte.” Assim, você mostra sua perspectiva em vez de apenas cortar o lazer.
  • “Saia do computador e vá ler um livro.” Trocar uma tela por um livro pode parecer uma solução, mas a leitura também é uma atividade sedentária. Se a preocupação é a falta de movimento, a conversa deve ser sobre como encaixar atividades físicas na rotina — como andar de bicicleta ou correr um pouco durante o dia, equilibrando vida ativa e momentos de descanso.
  • “Larga o celular para conversar com gente de verdade.” Para muitos jovens, o telefone é precisamente o canal por onde conversam com mais pessoas do que encontram no mundo “offline”. O virtual expande possibilidades de interação, mas sempre cabe se perguntar se esse equilíbrio está saudável. Daí, vale mais estimular um debate sobre junto quem, como e por quanto tempo seu filho interage, do que simplesmente declarar que o contato não é válido só por ser digital.

Construindo uma abordagem mais construtiva

  • Em vez de se ater ao tempo ou à condenação, tente perguntar quais outras atividades seu filho deseja fazer além do que faz no celular.
  • Converse sobre as diferentes aplicações, o que cada uma agrega, e incentive o uso consciente e crítico.
  • Ajude seus filhos a encontrar equilíbrio entre atividades físicas e sedentárias — estimular o pedal ou a corrida pode complementar, sem antagonizar, o lazer digital.

Até porque, como foi bem observado em reflexão pessoal, jogar videogame pode até ser mais benéfico do que assistir TV, já que estimula maior interação, atenção e controle, mesmo nos jogos considerados simples. Importante não demonizar o digital só por ignorar suas nuances ou achar que todo jogo repete o padrão de apostas ou azar. Mesmo jogos tidos como “simples” muitas vezes exigem estratégia e habilidade.

Conclusão: diálogo na medida certa

Construir uma relação equilibrada com a tecnologia não é tarefa fácil, ainda mais para quem cresceu num mundo bem diferente do digital de hoje. Diante do desafio, frases vagas ou condenatórias podem apenas ampliar o abismo de entendimento e confiança. Prefira sempre conversas que despertem a reflexão, expliquem razões e ajudem a criança a amadurecer escolhas.

No fim das contas, acolher, ouvir e ajustar o tom são gestos que nunca saem de moda — tanto na era dos celulares, quanto (quem sabe?) na era dos implantes neurais. Cada palavra conta!

Beatriz Marques
Beatriz Marques
Como redatora apaixonada na Rádio Miróbriga, me esforço todos os dias para contar histórias que ressoem com a nossa comunidade. Com mais de 10 anos de experiência no jornalismo, já cobri uma ampla gama de assuntos, desde questões locais até investigações aprofundadas. Meu compromisso é sempre buscar a verdade e apresentar relatos autênticos que inspirem e informem nossos ouvintes.