Os trabalhadores estrangeiros representam um recurso crucial para resolver a escassez de mão-de-obra num período de pleno emprego para Portugal. Este tema esteve no centro do debate durante uma mesa redonda entre o presidente do grupo DST, José Teixeira e o CEO do Pestana Hotel Group, José Theoténio. O título do debate foi “Os desafios das empresas em 2025” organizado durante conferência “Encontro Fora da Caixa” em Lisboa na passada segunda-feira.

O presidente do Grupo DSTG, José Teixeira, sublinhou que o contributo dos trabalhadores estrangeiros é essencial para manter o mercado ativo. “O mercado é extremamente dinâmico, alimentado em grande parte por trabalhadores estrangeiros – situação que merece uma revisão regulatória que vise promover uma dinâmica mais humanística”, declarou o empresário. Teixeira alertou ainda que sem estes trabalhadores “há risco de caos“, uma vez que o mercado já está próximo do pleno emprego e não seria suficiente recorrer aos poucos trabalhadores disponíveis entre os desempregados para resolver o problema.
A importância dos trabalhadores estrangeiros em Portugal? Sem eles é impossível acolher
Igualmente incisiva foi a intervenção de José Theoténio, CEO do Pestana Hotel Group, que afirmou que “hoje a indústria hoteleira não poderia funcionar sem imigração”. Segundo Theoténio, é fundamental que as empresas garantir condições dignas para estes trabalhadores, a fim de protegê-los da exploração e de situações de trabalho ilegal. Graças à diversidade dos seus trabalhadores, provenientes de cerca de 60 nacionalidades diferentes, o Pestana Hotel Group consegue manter uma elevada competitividade e atratividade no setor.
Francisco Cary, administrador executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD), também chamou a atenção para a urgência de atrair e reter talentos. Destacou como, no caso da CGD, as limitações à contratação durante o processo de reestruturação provocaram um envelhecimento natural dos quadros, tornando-os agora É preciso investir em recursos com competências digitais. Este desafio, acrescentou, é comum a todas as empresas, ainda que cada uma deva enfrentá-lo com estratégias específicas.
A discussão que emergiu da mesa redonda destaca a importância e o papel dos trabalhadores estrangeiros em Portugal. A sua contribuição não só apoia o mercado de trabalho, mas é uma pedra angular para manter a competitividade económica do país. É evidente que atrair e garantir condições dignas a estes profissionais deve tornar-se uma prioridade estratégico para o futuro de Portugal.