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Egito: “A passagem de Rafah está pronta para reabrir”. 200 milhões da Alemanha para reconstruir Gaza

Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, Badr Abdelatty, citado pelo “Al Qahera”, “a cimeira de Sharm el Sheikh inaugurou um novo capítulo para a paz”

Diaa Rashwanchefe do Serviço de Informação do Estado Egípcio (SIS), confirmou que a passagem de Rafah, na fronteira com a Faixa de Gaza, está pronta para operação do lado egípcio, sublinhando que é Israel quem está a atrasar a sua abertura do lado de Gaza. Rashwan explicou, em declarações divulgadas à emissora pan-árabe por satélite “Al Arabiya”, que estão em curso tentativas israelitas de criar problemas na primeira fase de implementação do acordo, especificando que o lado egípcio concluiu todos os preparativos para facilitar a passagem da ajuda humanitária e a recepção de casos críticos. Enquanto isso, o governador do Sinai do Norte, General Khaled Megawer, já confirmou anteriormente que neste momento não existem obstáculos à abertura da passagem, mas esclareceu que estará operacional para a entrada de doentes e não para o trânsito de mercadorias. O governador acrescentou que a Autoridade Nacional Palestiniana e uma força europeia irão operar a passagem de Rafah a partir do lado de Gaza.

Segundo uma fonte egípcia citada pelo jornal saudita “Asharq al Awsat”, as negociações entre Israel e o grupo islâmico Hamas para a segunda fase “ainda não começaram na prática, mas apenas teoricamente, devido às dificuldades no terreno e à clara exploração israelita de algumas lacunas, incluindo a crise do corpo”. A fonte especificou que a presença de forças internacionais é necessária para evitar dificuldades futuras, e é nisso que o Egipto está a trabalhar”. A mesma fonte acrescentou que “a situação no terreno é extremamente perigosa, com sinais de divisão que podem aumentar”. Estamos teoricamente na segunda fase, como afirma o presidente dos EUA, Donald Trump, mas na prática ainda não começou. É uma fase difícil, o caminho é acidentado e nada fácil. Ainda não existem as condições certas para podermos dizer que entrámos na segunda fase.”

O gitto quer sediar uma conferência internacional sobre reconstrução

De acordo com o ministro das Relações Exteriores egípcio, Badr Abdelatty, citado pelo site de notícias egípcio “Al Qahera”, “a cimeira de Sharm el Sheikh inaugurou um novo capítulo para a paz e é um marco no apoio à estabilidade na região”. O chefe da diplomacia egípcia ilustrou as posições do seu país sob a liderança do presidente Abdel Fattah al Sisi relativamente aos desenvolvimentos em curso na Faixa de Gaza e na região. Ele também abordou a visão do Cairo sobre várias questões relacionadas com a governação da Faixa, disposições de segurança e ajuda humanitária. Abdelatty analisou então os planos de reconstrução de Gaza, destacando a intenção do Egipto de acolher uma conferência internacional, em cooperação com parceiros globais, para recuperação e reconstrução. O chefe da diplomacia egípcia elogiou o papel do seu país nas negociações que levaram ao fim da guerra, reiterando o compromisso contínuo do Egipto em mitigar as consequências do conflito no enclave palestiniano e em garantir a chegada de ajuda humanitária à população, ajudando os palestinianos a regressarem a uma vida normal. Ele também apelou a todos os membros da comunidade internacional para que contribuam concretamente para os esforços para alcançar a paz na região e aliviar o sofrimento do povo palestiniano, através do apoio político e financeiro para a entrega urgente de ajuda humanitária através de organizações e agências das Nações Unidas, bem como apoiando planos e esforços de reconstrução.

Alemanha vai destinar 200 milhões para a Faixa

A Alemanha planeia atribuir “pelo menos 200 milhões de euros” para contribuir para a reconstrução da Faixa de Gaza. Para o Ministro Alemão da Cooperação e Desenvolvimento Económico, Reem Alabali Radovan “Este é o montante já disponível no orçamento. Existem fundos adicionais que retemos devido ao conflito, mas que podemos disponibilizar de forma relativamente rápida.” Radovan prometeu que a utilização dos fundos de ajuda será agora monitorizada de forma mais rigorosa. “Temos mecanismos de controlo cuidadosos, que agora estão a ser novamente reforçados, para garantir que nenhum dinheiro vai para o Hamas”, assegurou o ministro.

O governo da Autoridade Nacional Palestiniana também está pronto para implementar os planos de reconstrução na Faixa de Gaza, tal como planeado na cimeira da Liga Árabe realizada no Cairo em Março passado. Foi dito Sami Hijjawi, ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP) das autoridades locais, citado pelo site de informação egípcio “Al Qahera”. Hijjawi disse também que a conferência de reconstrução, que terá lugar no Egipto em meados do próximo mês, será uma plataforma fundamental para a implementação destes planos no terreno.

Hamas: “Todos os prisioneiros israelenses vivos entregues”

As Brigadas Al Qassam, o braço militar do Hamas, confirmaram que cumpriram integralmente os termos do acordo com Israel, entregando todos os prisioneiros israelitas vivos, bem como os corpos a que tiveram acesso. O braço militar do Hamas também disse que enfrenta dificuldades significativas no terreno na recuperação dos corpos restantes, explicando que a sua localização “requer esforços significativos e equipamento especial de busca e recuperação”, acrescentando que “grandes esforços estão em curso para encerrar completamente este caso”. No entanto, ontem à noite – fuso horário de Washington -, dois altos funcionários da administração norte-americana de Donald Trump, durante uma reunião telefónica com um pequeno grupo de jornalistas, declararam que o Hamas “está a trabalhar para devolver os corpos dos reféns que morreram em Gaza durante o cativeiro, através dos seus intermediários”. Os dois acrescentaram que os EUA não acreditam atualmente que o grupo tenha violado os termos do acordo de cessar-fogo.

Israel: restos mortais de dois reféns entregues ontem identificados

Beatriz Marques
Beatriz Marques
Como redatora apaixonada na Rádio Miróbriga, me esforço todos os dias para contar histórias que ressoem com a nossa comunidade. Com mais de 10 anos de experiência no jornalismo, já cobri uma ampla gama de assuntos, desde questões locais até investigações aprofundadas. Meu compromisso é sempre buscar a verdade e apresentar relatos autênticos que inspirem e informem nossos ouvintes.