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Caso Ramy: o Ministério Público de Milão solicita pela segunda vez a audiência de prova

A perícia solicitada implicaria na suspensão do processo por mais de sessenta dias

O Ministério Público de Milão pede mais uma vez ao juiz de instrução uma audiência probatória para esclarecer a dinâmica dos acontecimentos ocorridos no dia 24 de novembro, em que perdeu a vida Ramy Elgaml. O jovem de 19 anos, de origem egípcia, morreu após colidir com um semáforo a bordo do Max dirigido por seu amigo de 22 anos. Tarifas Bouzidi após oito quilômetros percorridos na área de Corvetto para escapar de um posto de controle. O novo pedido de laudo pericial, assinado pelos procuradores Giancarla Serafini E Marco Cirigliano, foi colocado na mesa do juiz para investigações preliminares Maria Idria Gurgo de Castelmenardoo mesmo que rejeitou pedido semelhante no último dia 14 de outubro. No documento, os procuradores reiteram a necessidade de ser feita uma avaliação cinematográfica em contra-interrogatório com a defesa, para esclarecer com precisão a sequência de factos que levaram à morte do rapaz conduzido pelo amigo que ficou ferido no acidente e foi encontrado na posse de seis gramas de haxixe, cerca de mil euros em dinheiro e uma lata de spray de pimenta. A perícia solicitada implicaria na suspensão do processo por mais de sessenta dias. Nas nove páginas do novo pedido, os procuradores ilustram detalhadamente a necessidade de apurar a “dinâmica exacta” do acidente, uma vez que os resultados da investigação e as conclusões dos quatro consultores técnicos, nomeados pelo Ministério Público, pela defesa e pela família de Ramy, “divergem clara e claramente”, impedindo uma reconstrução inequívoca dos factos.

As discrepâncias emergem em todos os perfis essenciais: desde o ponto preciso do impacto entre a motocicleta e a gazela, passando pela “configuração dos veículos” no momento da colisão, até as trajetórias, ângulos e distâncias mantidas durante a perseguição. O laudo também deverá verificar se, no último trecho, houve espaço para frenagem ou manobra de emergência do policial antes do impacto e posterior colisão contra o poste do semáforo. Após o encerramento da investigação por homicídio rodoviário contra Bouzidi e o soldado, as consultas aos documentos não permitiram, segundo os magistrados, “chegar a uma reconstrução clara”. O juiz de instrução, no entanto, considerou que o pedido do Ministério Público não esclareceu suficientemente os pontos a serem aprofundados e que a perícia poderia ser ordenada durante o julgamento. O Ministério Público, ao encerrar a investigação, levantou a hipótese de uma culpa contributiva entre Bouzidi e Lenoci: além da condução perigosa do primeiro, os promotores também destacaram a distância inadequada mantida pelo soldado, inferior a um metro e meio e, portanto, muito próximo da moto antes do impacto. No entanto, o consultor do Ministério Público, o engenheiro Domenico Romaniello, no seu relatório excluiu a responsabilidade do polícia, sustentando que este manteve um comportamento correcto, posição também partilhada pelo juiz Fabrício Felice. Segundo Romaniello, na verdade, a distância não foi relevante, pois se tratava de uma operação de segurança pública.

Beatriz Marques
Beatriz Marques
Como redatora apaixonada na Rádio Miróbriga, me esforço todos os dias para contar histórias que ressoem com a nossa comunidade. Com mais de 10 anos de experiência no jornalismo, já cobri uma ampla gama de assuntos, desde questões locais até investigações aprofundadas. Meu compromisso é sempre buscar a verdade e apresentar relatos autênticos que inspirem e informem nossos ouvintes.