Isto foi relatado pela edição de domingo do jornal “The Times”
Várias empresas de tecnologia chinesas colocadas na lista negra do Reino Unido e dos EUA por questões de segurança nacional, incluindo a ZTE e a China Mobile, apoiaram a construção da nova “maxi embaixada” da China em Londres, aumentando o receio de que o complexo possa ser usado como um centro de espionagem. Isto foi relatado pela edição de domingo do jornal “The Times”. A ZTE, já sancionada em 2017 por violar os embargos ao Irão e à Coreia do Norte, descreveu como “lindo” o projeto de 255 milhões de libras (cerca de 289 milhões de euros) para o complexo Royal Mint Court, um edifício histórico no leste de Londres. A China Mobile, ligada ao Exército de Libertação Popular e sob sanções dos EUA, manifestou “total apoio” à iniciativa, alegando que trará “benefícios para a comunidade local”. As duas empresas, segundo a investigação, agiram em coordenação com o governo de Pequim, que também solicitou aos bancos e às empresas estatais que apresentassem cartas de apoio para obter em troca contratos de construção. O projeto, que inclui uma sede diplomática de 66 mil metros quadrados — a maior da Europa — está localizado acima de uma rede de cabos de fibra ótica que serve a cidade de Londres, detalhe que alimenta suspeitas de espionagem digital.
O ex-conselheiro de Downing Street, Dominic Cummings, disse que o MI5 e o MI6 – os serviços de inteligência nacionais e estrangeiros do Reino Unido – o avisaram que a China estava planejando “construir um centro de espionagem sob a embaixada”. A decisão final sobre o projeto será tomada pelo Ministro da Habitação, Comunidades e Governo Local, Steve Reed, em meados de dezembro. Pequim alertou sobre as “consequências” se o plano for bloqueado e, de acordo com o “Times”, o presidente Xi Jinping levantou a questão com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, durante um telefonema em agosto passado.