No final de dois dias de reuniões e conversações em Gyeongiu, na Coreia do Sul, os chefes de estado e de governo membros do Fórum de Cooperação Ásia-Pacífico (APEC) adoptaram hoje uma declaração conjunta promovendo a cooperação com acções concretas para construir um futuro sustentável para o benefício de todos, e dois documentos centrados na inteligência artificial e nas mudanças demográficas. Na declaração de Gyeongiu, relata o “The Korea Herald” que publica o texto final, os signatários reconhecem que o mundo se encontra numa fase crucial, com um sistema comercial que enfrenta desafios e factores significativos que têm implicações profundas para as economias dos vários países da Apec, como a IA e as mudanças demográficas. “Enfatizamos que as circunstâncias actuais demonstram ainda mais a importância e o papel da Apec como fórum líder para a cooperação económica regional e como incubadora de ideias”, lê-se no comunicado, que promove “uma missão colectiva” para “alcançar uma comunidade Ásia-Pacífico aberta, dinâmica, resiliente e pacífica até 2040”.
A Iniciativa Apec sobre Inteligência Artificial e o Quadro Colaborativo da Apec para Mudanças Demográficas promovem uma abordagem colaborativa diante de desafios considerados estratégicos e de época para suas respectivas sociedades. “Reconhecemos o potencial da IA para remodelar fundamentalmente as economias em todo o mundo, abrindo novas fronteiras para a inovação, aumento da produtividade, competitividade, prosperidade económica e resiliência”, lê-se no documento, no qual os países membros da APEC apelam a “esforços contínuos para melhorar a segurança, acessibilidade, fiabilidade e segurança na concretização dos benefícios da IA para todos, com abordagens equilibradas e centradas no ser humano para as nossas políticas de força de trabalho, educação e desenvolvimento de competências”. As economias individuais são, portanto, encorajadas a “explorar abordagens colaborativas para beneficiar da transformação da IA e da participação significativa de todos na economia resultante”, lançando assim as bases para uma sociedade “na qual todos beneficiam dos avanços tecnológicos”.
No que diz respeito às mudanças demográficas em curso, caracterizadas pelo declínio das taxas de natalidade, pelo envelhecimento da população e pela urbanização acelerada, nota-se que estas “estão a impulsionar transformações fundamentais e de longo prazo para a economia e comunidade da Ásia-Pacífico”. Os signatários reconhecem, portanto, “que os impactos económicos de longo alcance das mudanças demográficas exigem uma resposta colectiva através de políticas holísticas e intergeracionais” e, portanto, promovem um quadro colaborativo da Apec “para desbloquear novas oportunidades para maximizar o crescimento económico e a prosperidade para todos na região Ásia-Pacífico”. “Reconhecendo que a prosperidade futura da região depende do empoderamento da nossa próxima geração”, escrevem novamente, afirmando que estão empenhados em “oferecer aos jovens oportunidades de desenvolvimento e ferramentas para moldarem activamente o seu futuro”.
