“Agora começa um longo e complexo trabalho diplomático para fortalecer a trégua. As próximas seis semanas serão fundamentais para lançar as bases para a transição da primeira para a segunda fase do cessar-fogo”.
Esta manhã, 24 horas após o cessar-fogo, o Ministro dos Negócios Estrangeiros Antonio Tajani voará para Israel e depois fará escala na Palestina. Ele encontrará seu homólogo Gideon Sa’aro presidente israelense Isaac Herzoge se reunirá com o primeiro-ministro palestino e o ministro das Relações Exteriores, Mohammed Mustafápara “encorajá-los e apoiá-los, porque hoje a trégua ainda é frágil”. E nesta fragilidade – explica Tajani à “Imprensa” – surge o medo de que “os inimigos da paz, contrários à estabilização, façam provocações e que o Hamas quebre o acordo”. Assim como olhamos com apreensão, por outro lado, para as possíveis reações musculosas de Israel, “sempre pronto a defender o seu território”. Mas também há espaço para esperança: “Estamos no alvorecer de uma paz possível que poderá envolver toda a região”. O ministro observa que “começa agora um longo e complexo trabalho diplomático para fortalecer a trégua. As próximas seis semanas serão fundamentais para lançar as bases para a transição da primeira para a segunda fase do cessar-fogo. A libertação das três primeiras jovens israelitas é positiva, mas agora a libertação dos reféns israelitas deve continuar e, ao mesmo tempo, a ajuda deve chegar à população palestiniana.” E uma vez estabilizada a trégua: “Será possível dar um novo impulso aos Acordos de Abraham, que visavam normalizar as relações dos países árabes com Israel. Essa viagem estava quase completa, mas foi interrompida com o ataque de 7 de outubro. Agora os fios devem ser reconectados.” Existem condições para reconhecer o Estado da Palestina, mas “primeiro é necessário reunificá-lo”.
Os colonos israelitas devem, portanto, abandonar as terras ocupadas: “Acredito que devem dar alguns passos atrás, tem havido demasiada violência e está a causar instabilidade”. A ONU pode ter um papel nesta fase: “Penso que seria uma boa ideia ter uma missão de interposição promovida por um organismo internacional como a ONU. Desde que seja liderado pelos árabes. Pode ajudar a consolidar a paz e fortalecer a Autoridade Palestina”. E a Itália poderia participar na missão: “Ainda estamos numa fase embrionária, mas estaríamos prontos para participar com um contingente. De um modo mais geral, é necessária uma presença europeia no Médio Oriente. E a Europa poderá desempenhar um papel na Palestina se houver um acordo que seja aceitável para ambas as partes.” A Itália tem o objectivo de reconhecer a Palestina: “Sim, o nosso caminho leva até lá, mas leva tempo porque a Palestina também deve ser reconhecida por Israel e, por sua vez, deve reconhecer Israel. As iniciativas unilaterais que tenho visto até agora em alguns países não servem a Palestina nem a paz”, concluiu Tajani.