FMM dá a “volta ao mundo em oito dias” com concertos em Sines e Porto Covo
Escrito por Helga Nobre em 17 de Abril, 2024
A cidade de Sines e a aldeia turística de Porto Covo acolhem, entre 20 e 27 de julho, a 24.ª edição do FMM Sines – Festival Músicas do Mundo, com 43 concertos de quatro continentes. O núcleo de Porto Covo é sede do festival entre 20 e 22 de julho. A partir do dia 23, a música ouve-se na cidade de Sines.
Margareth Menezes, Eliades Ochoa, Melingo, Samba Touré, Groundation, Gyedu-Blay Ambolley e Mayra Andrade são alguns dos nomes consagrados confirmados nesta edição . La Muchacha, iLe, Adédèjì, Salvador Sobral e Son Rompe Pera constam da lista de confirmações da nova geração.
Na edição deste ano, que foi apresentada terça-feira em Lisboa, estão representados artistas de 27 países: Argélia, Argentina, Bélgica, Brasil, Burkina Faso, Cabo Verde, Colômbia, Cuba, Espanha (Galiza), EUA, França, Gana, Guiné-Bissau, Jamaica, Mali, México, Moçambique, Nigéria, Palestina, Porto Rico, Portugal, Reino Unido, Síria, Suécia, Suíça, Tanzânia (Zanzibar) e Vietname.
Em 2024, segundo a organização, “o FMM volta a ser o retrato sonoro de um planeta multicolor e em movimento”.
De uma América Latina com oferta abundante, destaca-se o Brasil, a começar por uma das maiores representantes da música baiana, Margareth Menezes, estrela dos carnavais de Salvador e atual ministra da Cultura do Brasil.
Também do Brasil, vêm a cantora e acordeonista Lívia Mattos, a revelação carioca Ana Frango Elétrico e um
representante da diáspora brasileira na Europa, MOMO.
A Argentina apresenta o rock-tango de Melingo e a cumbia da orquestra La Delio Valdez. Da Colômbia, estreia-se La Muchacha, com a formação El Propio Junte, e regressa o grupo La Chiva Gantiva.
O México está presente com a cumbia punk de Son Rompe Pera e, de Cuba, o FMM recebe Eliades Ochoa, membro fundador de Buena Vista Social Club e um dos mais importantes ‘soneros’ de sempre.
O FMM dá também as boas-vindas a iLe, uma das figuras mais importantes da nova música porto-riquenha, e
Groundation, banda de reggae formada na Califórnia, mas com contributos jamaicanos.
A África onde se fala o português tem contributos de Cabo Verde (Mayra Andrade, Ferro Gaita), Guiné- Bissau (Fattú Djakité) e Moçambique (banda Moticoma). Da África Ocidental, chegam o blues-rock do maliano Samba Touré, o afrobeat do nigeriano Adédèjì e duas versões da música do Gana: o highlife jazzístico de Gyedu-Blay Ambolley e o cruzamento do highlife com o gospel Frafra de Florence Adooni.
O taarab contemporâneo de Siti & The Band representa o arquipélago de Zanzibar, Tanzânia, na costa oriental do continente.
Como tem vindo a ser hábito, a programação do FMM aposta também na música portuguesa que, este ano, surge em formato diverso.
O lado mais tradicional é assegurado por José Manuel David, o fado é trazido por Duarte e a riqueza da
música popular portuguesa é ilustrada pelo grupo Cara de Espelho.
Também de Portugal, estão programados o projeto de JP Simões sobre José Mário Branco, as aventuras de Salvador Sobral, o rock lírico de Três Tristes Tigres e os sons do ‘afronauta’ Prétu – Xei di Kor.
As ligações portuguesas a África estão vincadas no concerto da Orquestra Locomotiva, com composições e
participações do moçambicano Joni Schwalbach e do cabo-verdiano Vasco Martins.
Da Galiza, descobrimos o duo folk Caamaño & Ameixeiras e, de França, a dança eletroacústica de Mezerg, o eletro folk de Red e o rock de Komodrag & the Mounodor.
A formação de jazz suíça Orchestre Tout Puissant Marchel Duchamp e a banda de rock psicadélico sueca Dungen são mais duas propostas europeias.
Como ponte musical para outros continentes, a Europa traz ao festival o coletivo Mestizo (Reino Unido/Colômbia) e dois trios: Avalanche Kaito (Bélgica/Burkina Faso) e Mademoiselle (França/Argélia).
Sofiane Saidi, um dos membros argelinos de Mademoiselle, repete a presença num concerto a solo.
O Levante diz presente com o ‘hip hop’ de DAM (Palestina), o registo indie de Haya Zaatry (Palestina) e a dança dabke de Rizan Said (Síria).
Da cidade de Ho Chi Minh, Vietname, visita o festival a banda Saigon Soul Revival, um regresso à cena alternativa de Saigão anterior a 1975.
Além dos concertos, o festival oferece novamente um programa de iniciativas paralelas, a divulgar brevemente.