Sobre nós Menções legais Contato

Eleições autárquicas em Portugal 2025: guia para votar ao domingo para italianos

Este domingo, 12 de outubro, os holofotes políticos em Portugal estarão voltados para as eleições autárquicas, conhecidas localmente como “autárquicas”. Um evento crucial que irá convocar milhões de cidadãos, incluindo residentes estrangeiros, a escolherem o futuro dos seus municípios para os próximos quatro anos. A comunidade italiana também se prepara para uma votação que promete ser muito disputada e cheia de novidades.

Portugal: este domingo vamos votar nas eleições autárquicas

As urnas serão abertas em todo o país no domingo para uma eleição em grande escala. A votação ocorre das 8h00 às 19h00. Você deve trazer um documento de identificação com foto. Os eleitores serão convidados a definir a composição dos 308 municípios (Câmaras Municipais), elegendo diretamente os presidentes da Câmara (Presidentes da Câmara), os vereadores (vereadores) e os membros das assembleias municipais. A votação também se estenderá a um nível mais generalizado, com a eleição de 3.259 Juntas de Freguesia, o órgão de governo mais próximo do cidadão. É um momento fundamental da democracia local que terá impacto direto no quotidiano de quem vive em Portugal, desde a gestão dos serviços públicos ao planeamento urbano.

Eleições locais: os italianos também podem votar?

A resposta é sim. Como a Leggo Algarve já escreveu extensivamente noutros artigos, a lei portuguesa permite que os cidadãos estrangeiros residentes participem ativamente na vida política local, embora com regras diferentes consoante a sua nacionalidade. Para os cidadãos italianos, como membros da União Europeia, o processo é muito simples. Basta ser residente legal em Portugal e estar inscrito nas listas eleitorais (o chamado “recenseamento eleitoral”) da sua Junta de Freguesia. Não é exigido período mínimo de residência, garantindo assim a participação imediata.

A situação é diferente para os cidadãos de países terceiros. Só podem votar se forem provenientes de países com os quais Portugal assinou um acordo de reciprocidade. A lista, atualizada até 2025, inclui nações como Brasil, Cabo Verde, Reino Unido, Argentina, Chile, Noruega e Venezuela. Para estes cidadãos, além de possuírem autorização de residência válida, é exigido um período mínimo de residência legal no país: dois anos para brasileiros e cabo-verdianos, três anos para todos os demais.

É fundamental lembrar que a inscrição nas listas eleitorais não é automática e deve ser realizada ativamente pelo cidadão. Quem ainda não estiver inscrito infelizmente não poderá votar neste turno eleitoral, mas poderá fazê-lo nos próximos. Veja o artigo Leggo Algarve no final da página. Cidadãos de países sem acordos de reciprocidade, como os Estados Unidos ou o Canadá, não têm direito de voto nas eleições locais.

O desafio no Algarve: o que acontece quando se vota no domingo

Nos 16 municípios que compõem a região do Algarve, a competição eleitoral promete ser particularmente renhida. Historicamente, o desafio sempre foi uma questão de mão dupla entre o Partido Socialista (PS) e o Partido Social Democrata (PSD). Contudo, nestas eleições há a ascensão do partido de direita CHEGA, que pretende tornar-se uma terceira força e quebrar o equilíbrio consolidado. Uma notável excepção continua a ser o município de Silves, onde a coligação PCP-PEV (comunistas e verdes) governou continuamente durante três mandatos.

Para tornar o quadro ainda mais interessante é o limite de três mandatos consecutivos imposto pela lei portuguesa. Vários prefeitos de destaque chegaram ao fim da carreira e não poderão concorrer novamente no mesmo município. Estes incluem nomes conhecidos como Rogério Bacalhau em Faro, Vítor Aleixo em Loulé e Vítor Guerreiro em São Brás de Alportel. Rosa Palma encerra também o seu ciclo em Silves. Uma menção especial merece António Pina, presidente da Câmara cessante de Olhão, que, não podendo concorrer à reeleição na sua cidade, decidiu tentar concorrer ao cargo de presidente da Câmara na vizinha Faro, abrindo novos cenários.

Candidatos às eleições administrativas de 2025

Lisboa Autarca cessante: Carlos Moedas (Coligação PPD/PSD)

Porta Presidente cessante: Rui Moreira (Independente)

Viana do Castelo Presidente cessante: Luís Nobre (PS)

Região algarvia

Farol Presidente cessante: Rogério Bacalhau (Coligação PPD/PSD)

Albufeira Prefeito cessante: José Carlos Rolo (Coalizão PPD/PSD)

Alcoutim Prefeito cessante: Paulo Paulino (PS)

Aljezur Presidente cessante: José Gonçalves (PS)

Castro Marim Presidente cessante: Filomena Sintra (PPD/PSD)

Lagoa Presidente cessante: Luís Encarnação (PS)

Em Lagoa, merece destaque especial o facto de um dos nossos compatriotas, natural de Brescia Paulo Funassiconcorre na coligação BE.PAN como vereador.

Lagos Presidente cessante: Hugo Pereira (PS)

Loulé Presidente cessante: Vítor Aleixo (PS)

Monchique Prefeito cessante: Paulo Alves (PS)

Olhão Presidente cessante: António Pina (PS)

Portimão Presidente cessante: Álvaro Bila (PS)

São Brás de Alportel Presidente cessante: Vítor Guerreiro (PS)

Silves Presidente cessante: Rosa Palma (PCP–PEV)

Tavira Presidente cessante: Ana Paula Martins (PS)

Vila do Bispo Autarca cessante: Rute Silva (PS)

Vila Real de Santo António Presidente cessante: Álvaro Araújo (PS)

Leia outros artigos relacionados sobre Leggo Algarve:

Eleições municipais 2025 em Portugal: como votar se for cidadão italiano residente

Beatriz Marques
Beatriz Marques
Como redatora apaixonada na Rádio Miróbriga, me esforço todos os dias para contar histórias que ressoem com a nossa comunidade. Com mais de 10 anos de experiência no jornalismo, já cobri uma ampla gama de assuntos, desde questões locais até investigações aprofundadas. Meu compromisso é sempre buscar a verdade e apresentar relatos autênticos que inspirem e informem nossos ouvintes.