Preparado para questionar tudo o que você já pensou sobre a Lua? Aquela bola brilhante não é só uma rocha à toa dando voltas ao redor da Terra. Parece que ela esconde um segredo colossal em seu interior – e não, não é queijo!
Uma “gelatina” gigante nas profundezas lunares
Pesquisadores do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA e da Universidade do Arizona acabam de colocar a comunidade científica (e os curiosos de plantão) de cabelo em pé. Segundo um estudo publicado no dia 14 de setembro na revista AGU Advances, existe entre o manto rochoso e o núcleo metálico da Lua uma camada de matéria cuja consistência lembra uma gelatina grudenta. Sim, você leu certo: uma gelatina lunar, mas cuidado ao imaginar comer, porque ela definitivamente não é comestível.
De acordo com a publicação, essa camada não apenas está “deitada” por lá: ela está em constante movimento, puxada e empurrada pelas forças gravitacionais do Sol e da Terra. Pense assim: da mesma maneira que a Lua é a responsável pelas marés nos oceanos terrestres, a Terra (em parceria com o Sol) provoca verdadeiras marés dentro da Lua, movimentando esse magma oculto para cima e para baixo sob a sua superfície. Não é incrível?
Como foi descoberta essa massa misteriosa?
Atenção, fãs de aventura: ninguém precisou cavar a Lua para descobrir esse segredo (afinal, perfurar aquele solo poeirento não é tarefa simples). O caminho foi outro. Os cientistas analisaram dados preciosos de duas missões da NASA:
- Gravity Recovery and Interior Laboratory (GRAIL): focada em mapear as variações da gravidade lunar.
- Lunar Reconnaissance Orbiter: dedicada a coletar toneladas de dados sobre a Lua, preparando terreno para futuras missões habitadas.
A partir dessas informações, só um tipo de explicação encaixava com tudo observado: sob a crosta lunar – que é composta por silicatos de magnésio e piroxena – existe uma camada densa, profunda e em “fusão parcial”, ou seja, algo não tão sólido nem tão líquido, mas maleável, como… gelatina.
O estudo deixa claro: apenas os modelos com essa camada mais macia na base do manto fazem sentido quando comparados a todas as medições feitas.
Mistérios a desvendar: o que é essa camada pegajosa?
Agora, entram aquelas perguntas de dar nó na cabeça dos cientistas (e em nós também):
- Como esse magma gelatinoso foi parar ali?
- Do que ele é realmente feito?
- O que faz ele se manter quente e plástico por tanto tempo, sem endurecer?
Segundo a própria equipe que assina o estudo, a tal “camada mole”, frequentemente considerada como uma fusão parcial, precisa de condições especiais para ser mantida exatamente desse jeito. O curioso é que, apesar dessas novas respostas, uma avalanche de novas dúvidas chegou junto. E, para finalmente obter uma prova física do que se esconde debaixo do manto lunar, humanos (ou robôs destemidos) terão que voltar à Lua, furar fundo e trazer amostras. Nada de missão fácil, não é?
Novo capítulo na exploração lunar
Pensávamos que a Lua, aquela vizinha “anseiosa”, já tinha poucos segredos: suas fases, sua influência nas marés, sua paisagem. Mas, ao que parece, novos parâmetros sobre sua composição continuam a nos escapar. Esta descoberta abre caminho para uma nova era nas pesquisas geológicas lunares. Quem diria que o nosso satélite companheiro ainda tinha um lado tão oculto e gelatinoso a revelar?
Com mais estudos como este, vamos descobrir mais sobre o funcionamento interno da Lua, sua composição detalhada, seu calor remanescente e, claro, pistas de suas origens e evolução. Enquanto isso, seguimos olhando para cima, curiosos – e famintos de conhecimento (e não de gelatina lunar, por favor!).