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Santiagro: Governo diz que é preciso “desmistificar” a ideia de que o setor agrícola é “o pior gastador de água”

Escrito por em 30 de Maio, 2024

O secretário de Estado da Agricultura, João Moura, disse hoje, em Santiago do Cacém, que é preciso “desmistificar” a ideia de que o setor agrícola é “o pior gastador de água” em Portugal e reforçar que o setor tem evoluído, nos últimos anos, “ao nível da eficiência do uso da água”.

“Em primeiro lugar queremos desmistificar um conceito que existe em Portugal e que erradamente tem sido transmitido, até aos mais jovens, de que a agricultura é o pior gastador de água e o pior consumidor de água no nosso país. Quero desmistificar isso porque o homem agricultor utiliza a água para transformar os alimentos”, referiu.

De acordo com João Moura, aquilo que tem acontecido no nosso país, nos últimos anos, “é uma evolução que as pessoas desconhecem ao nível da eficiência do uso da água, ao nível da utilização de novas tecnologias, em que a água hoje já não é usada, como era habitualmente, por gravidade, os sistemas de rega são feitos sob pressão, gota a gota, e portanto há um uso eficiente da água”.

Para o governante, que falava à margem da cerimónia de inauguração da 36.ª edição da Santiagro – Feira Agropecuária e do Cavalo, que arrancou esta quinta-feira, “a maior parte das perdas [de água] que existem em Portugal são precisamente nos sistemas de abastecimento de água doméstica”.

“Há municípios com 60, 70 e 80% de perdas de abastecimento de água e aí sim é preocupante, porque temos de rever um conjunto de obras, infraestruturas, de requalificação de água para melhoria desses sistemas”.

Relativamente aos agricultores, o governante disse que é preciso ter “com alguma equidade e inteligência, de não permitir que haja todo o tipo de culturas e em todo o lado, ou seja culturas mais necessitadas do consumo de água, não podem estar em terrenos mais arenosos”.

“Agora regadio sim, sempre porque é isso que permite que a agricultura portuguesa seja mais competitiva e não estejamos sempre dependentes da meteorologia”, acrescentou.

Durante a cerimónia de inauguração, João Moura assumiu o compromisso de vir a ser um aliado do setor agropecuário e dos investimentos previstos para a região, como a ligação à barragem de Alqueva.

Em relação à Santiagro, o governante considerou tratar-se de um “certame importantíssimo” e de “uma montra da atividade rural que existe no nosso país”.

“Aqui com um especial enfase à equitação, ao cavalo, que é uma das espécies autóctones que temos em Portugal e, este ano, é um ano muito particular porque vamos ter vários atletas olímpicos em várias modalidades de atividades equestres e é um complemento muito bom aquilo que é a atividade no dia a dia nos municípios, conciliado com divertimento, musica ao vivo, gastronomia e uma série de atividades paralelas que servem para que as pessoas sejam mais felizes no seu dia a dia”, realçou.

Por seu lado, em declarações aos jornalistas, o presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, voltou a defender mais “politicas públicas de investimento”.

“É certo que o anterior ministério da Agricultura, nomeadamente, a ministra foi muito má e por isso esperemos mais com o novo Governo e com novos atores, mas também as questões políticas são importantes, e o caso da ligação da barragem de Campilhas a Alqueva é uma reivindicação antiga, o projeto está a ser feito, a câmara pagou a parte do projeto não financiada e, por isso, esperemos que haja condições financeiras”, frisou.

Na cerimónia de inauguração, “o secretário de Estado [da Agricultura] assumiu isso, de uma maneira ou de outra, seja através do Fundo Ambiental ou outros fundos comunitários, porque é absolutamente fundamental para o futuro do setor agrícola no concelho”, indicou.

Sobre o certame, que abriu hoje as portas ao público, o autarca disse estarem “todas as condições reunidas para quatro dias em grande”, sendo “aguardados alguns milhares de visitantes” e com “alguns investimentos novos para criar novas dinâmicas”.

“Acreditamos que vamos ter mais pessoas este ano do que o ano passado”, concluiu.

 

 

 


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