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Pescadores da costa de Santo André descontentes com decisão de não abrir lagoa ao mar

Escrito por em 30 de Maio, 2022

Os pescadores da costa de Santo André estão descontentes com a decisão de não abrir a Lagoa de Santo André ao mar.

Num encontro com o presidente da Câmara de Santiago do Cacém, no âmbito da Presidência nas Freguesias, os pescadores alertaram que a sobrevivência da lagoa depende da sua abertura todos os anos.

“A sobrevivência da lagoa é mesmo a abertura da lagoa e como ela não foi aberta isto torna-se muito preocupante para nós”, explicou um dos pescadores, Carlos Domingos.

Sempre que a lagoa é aberta ao mar, é proibida a pesca, entre março e setembro. No entanto, este ano, e apesar da operação de abertura não ter ocorrido, a proibição mantém-se, contra a vontade dos pescadores.

“Não podemos pescar porque mudaram as regras definidas no edital. Enquanto a lagoa não fosse aberta, o edital dizia que se podia pescar e eles fizeram uma emenda, em abril, a proibir a pesca e, desde aí, que não podemos pescar”, disse.

De acordo com Carlos Domingos, os cerca de 30 pescadores dizem que “foram apanhados de surpresa” com esta alteração e dizem-se sem alternativas que garantam a sua sobrevivência.

“Os pescadores têm vindo a desistir precisamente pelas proibições e, este ano, por causa do caranguejo que é às toneladas”, lamentou.

Em declarações aos jornalistas, o presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, considerou que este “ex-libris ambiental” deve ser “preservado”, mas defendeu “abertura” para alguns setores económicos.

“Há aqui um setor económico que tem alguma importância e que tem que ver com a pesca, em particular, a enguia e a restauração que podem estar em causa. A questão também do desassoreamento da lagoa ou a falta dele, são matérias que preocupam os pescadores, as entidades públicas, neste caso, as autarquias locais”, afirmou.

O autarca acusou ainda as entidades responsáveis, como o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, de “fundamentalismo cego” nas decisões que são tomadas em relação a este território.

“Estes assuntos são colocados todos os anos e o que sentimos é que este fundamentalismo vai crescendo e há-que por termo a isto”, concluiu o presidente da Câmara de Santiago do Cacém que vai reunir no final de junho com o secretário de Estado da Conservação da Natureza e das Florestas.

 

 


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