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PCP defende “medidas dedicadas e específicas” para esta região devido à seca

Escrito por em 22 de Maio, 2023

O deputado do PCP, João Dias, defendeu hoje a necessidade de se implementarem, com urgência, medidas de apoio aos agricultores devido à seca que afeta este território.

Nos campos, os agricultores não têm água para regar, e os produtores pastagem para alimentar os animais.

“Na barragem de Campilhas, por exemplo, ou acreditamos em São Pedro ou a solução é trazer água de Alqueva, trazendo água para aquilo que é a suficiência desta barragem e a viabilidade da produção agrícola nesta região”, defendeu.

O deputado, eleito pelo distrito de Beja, falava à rádio M24, à margem do encontro que decorreu, esta segunda-feira, com a Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas do Alto Sado, em Alvalade, no concelho de Santiago do Cacém.

“Uma das grandes preocupações tem que ver com a produção animal, nomeadamente com a sua alimentação porque, por esta altura, só já com a suplementação ou seja, com rações e forragens que se está a alimentar o gado”, afirmou.

Segundo João Dias, nos campos “está tudo raspado” e, por todo o Alentejo “é impossível não ter animais sem os alimentar através das rações com preços que, segundo os produtores, são um autêntico roubo”.

Para o deputado comunista, que dedica o dia de hoje a visitas e contactos na região do litoral alentejano dedicadas à situação de seca, são precisas medidas para “proteger os produtores” dos preços especulativos das forragens.

“É preciso criar uma medida, nomeadamente com uma compra centralizada para que os agricultores sejam protegidos desta voracidade de quem tem fornecimento de palhas do fenos, porque a compra é no estrangeiro, tornando-se muito difícil” para os produtores nacionais

De acordo com João Dias, além do aumento dos custos dos fatores de produção, agravado pela situação de seca, também a “água de Alqueva”, na região de Campilhas do Alto Sado, “é bastante mais cara do que os preços que eram praticados” em anteriores campanhas de rega.

Por isso, defendeu que o Governo deve olhar para esta região “com medidas dedicadas e específicas”.

“Estamos a falar de mais de três mil hectares de regadio que tem uma capacidade de produção de quase 10 milhões de euros por ano. Não podemos desperdiçar este valor económico porque a economia fica condicionada se não houverem medidas específicas de apoio que permitam que a agricultura continue a ser viável”.

Com o preço da água a valores “incomportáveis”, a produção agrícola “pode até ter água, mas se for muito elevado, não é possível ter rendimento”, conduzindo “ao abandono” dos campos, alertou.

Para o deputado comunista, o país precisa de “uma maior capacidade de retenção de água” e “de armazenamento” com a construção de “mini barragens e charcas” e a possibilidade de “haver transvases de água para zonas onde ela faz mais falta”.

“O Governo deve ter um Plano Nacional de Forragens, como também deve ter uma agricultura muito mais planificada, com incentivos às produções que necessitamos. Portugal tem um défice da balança alimentar brutal, são mais de 5 mil milhões de euros, e o Governo não define que culturas, que produções são necessárias para fazer face à carência de alimentos que nós temos”, concluiu.

A delegação do PCP, que além do deputado João Dias incluirá vários dirigentes das organizações do PCP no Alentejo, visita hoje e amanhã os concelhos de Santiago do Cacém, Odemira, Serpa e Moura.


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