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Motociclistas portugueses ‘rumam’ à Índia nos 500 anos da morte de Vasco da Gama

Escrito por em 23 de Março, 2024

Um grupo de quatro motociclistas portugueses vai aventurar-se, entre abril e maio, numa viagem até à Índia, no âmbito do projeto Rota de Gama, que assinala os 500 anos da morte do navegador Vasco da Gama e que foi lançado este sábado em Sines.

O projeto, que resulta da vontade de um dos elementos do grupo em realizar “viagens de aventura inspiradas em navegadores portugueses”, reúne este ano quatro amigos motociclistas das cidades do Porto, Vila do Conde e São João da Madeira.

“Desta vez, vamos aventurar-nos por terras da Índia para visitar as cinco cidades que têm uma forte influência portuguesa, muito devido à descoberta do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama”, relatou Miguel Rodrigues, o porta-voz do grupo.

A partida simbólica da Rota de Gama 2024 realizou-se, este sábado, em Sines, com um programa que inclui a exposição das motas, no castelo da cidade, e uma visita guiada ao museu dedicado a Vasco da Gama, onde os motociclistas irão responder a algumas perguntas do público sobre a viagem.

Esta é a última aventura “dedicada aos grandes feitos dos navegadores” portugueses que o grupo pretende efetuar, indicou o mentor da expedição.

Este “ciclo de comemorações”, recordou, foi iniciado em 2020, com uma viagem que uniu Punta Arenas (Chile) a Puerto de San Julian (Argentina), pelo 5.º centenário da circum-navegação de Fernão de Magalhães.

Seguiu-se, em 2022, uma visita às comunidades portuguesas em Sydney, Perth e Melbourne em memória de Cristóvão de Mendonça, “o primeiro “descobridor da Austrália”, tendo sido percorridos um total de 18 mil quilómetros.

Além de Miguel Rodrigues, nesta viagem, que arranca oficialmente a 21 de abril, na Índia, participam também os “exploradores” Hélio Santos, Luís Toscano e Pedro Costa, estes dois últimos “sem experiência neste tipo de viagens”, mas entusiasmados com a aventura de cerca de 30 dias.

À Lusa, Miguel Rodrigues explicou que o programa inicial, que previa a partida de Sines em direção à cidade de Cochim, na Índia, onde o navegador Vasco da Gama faleceu (1524), sofreu “alterações geográficas” devido ao atual conflito entre Israel e a Palestina.

“Esta guerra agudizou o sentimento antiocidental no Irão e o reatar de um conflito entre o Irão e o Paquistão, principalmente, na zona fronteiriça de Balochistan [Paquistão]. A nossa viagem implicaria escolta policial nessa zona, que tem sido alvo de ataques provocados por grupos extremistas ou pelo Irão”, precisou.

Por esse motivo, o grupo explicou à Lusa que repensou o projeto e optou por voar diretamente para Nova Deli, onde estarão à sua espera as quatro motas ‘batizadas’ com o nome das naus primitivas da viagem de Vasco da Gama: São Gabriel, São Rafael, Bérrio e São Miguel.

“A partir daí, vamos fazer quase todo o perímetro da Índia visitando as cinco cidades de Gama, Diu, Damão, Goa, Calecute e Cochim”, argumentou o explorador, acrescentando que a aventura termina em Chenai, em 18 de maio, “num total de 10 mil quilómetros”.

Durante a expedição, que conta com um orçamento de 40 mil euros, a maioria suportado pelos elementos do grupo, não faltarão alguns desafios, entre eles o trânsito, “que é caótico”, a alimentação, “que é muito diferente”, e o clima, “com o calor e a humidade” a serem os principais desafios, indicou.

Na bagagem, “pouco peso”, os indispensáveis “primeiros socorros e medicação” e “roupa para meia dúzia de dias”, frisou.


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