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Moradores de aldeia em Odemira queixam-se de alegadas agressões de militares da GNR

Escrito por em 5 de Abril, 2024

O presidente da Junta de Freguesia de São Luís, Manuel Campos, pediu a abertura de uma investigação à atuação de militares do posto da GNR local por alegadas agressões a moradores, mas a GNR disse que apenas foi apresentada uma queixa.

“Queremos que se investigue [esta situação] e que se castiguem os responsáveis para que não fique toda uma corporação mal vista”, defendeu o autarca, lamentando “o comportamento de três ou quatro” elementos do Posto Territorial da GNR de São Luís.

De acordo com o presidente da Junta de Freguesia de São Luís, no interior do concelho de Odemira, “há coisa de um mês” começaram a surgir “relatos de agressões” a moradores, alegadamente por parte de alguns militares da GNR.

A agência Lusa contactou hoje o autarca na sequência de uma reportagem emitida pela SIC Notícias que dá conta de agressões a moradores da aldeia de São Luís por militares da GNR.

Segundo o autarca Manuel Campos indicou à Lusa, o primeiro relato “foi há cerca de um mês, quando um cidadão romeno” contou que “foi empurrado com muita violência pelos [militares da] GNR” no interior da sua residência.
“Entretanto, começaram a surgir relatos de outras situações” de alegadas agressões por parte da GNR, contou.

Entre elas, “a de um rapaz que estava a passear os cães na rua e [como] os cães ladravam, e ao que parece já o tinham avisado para não andar com os cães” na via pública, “chamaram-no ao posto e bateram-lhe”, exemplificou.

Numa outra ocasião, ainda segundo o autarca, a agressão terá acontecido, durante a madrugada, depois de um morador que “estava na rua do posto” da GNR, ter sido alegadamente abordado pelos militares, depois de fazer um comentário à “velocidade um bocadinho excessiva” de uma das viaturas da Guarda.

“E eles automaticamente chamaram-no para dentro do posto e estiveram lá uma hora a baterem-lhe”, relatou.

Quando o homem “saiu do posto, chamou o INEM, que o levou para o Centro de Saúde e foi lá que disse que tinha sido agredido no posto”, tendo sido feito um relatório médico, acrescentou.

Ainda de acordo com o autarca, os mesmos militares terão estado envolvidos numa outra agressão a um jovem, interpelado na rua, na sequência de “uma suposta brincadeira com o namorado”.

“Quando o carro da GNR se aproximou, os militares saíram da viatura, encostaram esse rapaz à parede e começaram a agredi-lo com pontapés”, disse.

O jovem terá sido “algemado e colocado no carro” mas, uns minutos mais tarde, já numa outra zona da aldeia, os militares terão pedido para este “sair da viatura” e “voltaram a agredi-lo”, alegou.

Já no posto da GNR, prosseguiu, o jovem “voltou a ser agredido” pelos militares que “ameaçaram que lhe davam um tiro a ele e ao namorado”.

À Lusa, o autarca referiu que, no último mês, foram relatados “seis casos” de alegadas agressões e disse ter conhecimento de que foram apresentadas “duas queixas” na GNR.

“Esta situação tem criado um clima de revolta entre as pessoas e até mesmo junto dos comerciantes”, lamentou o presidente da junta de freguesia, acrescentando que “estes comportamentos põem em causa toda a corporação”.

Em comunicado, a GNR disse estar a averiguar as denúncias de alegadas agressões a moradores por militares do Posto Territorial de São Luís, confirmando que foi apresentada uma queixa.

Segundo a GNR,  perante a “denúncia apresentada, a Guarda já se encontra a proceder às averiguações necessárias para melhor apuramento dos factos”.

“Não existe registo de denúncias de agressões contra os militares daquele Posto, à exceção de uma queixa apresentada no passado dia 29 de março, nas instalações do Posto Territorial de Odemira, decorrente de uma abordagem efetuada por militares do Posto de São Luís, no passado dia 28 de março, junto às instalações deste Posto”, lê-se no comunicado.

De acordo com a GNR, a abordagem dos militares ocorreu junto às instalações do Posto de São Luís, a “um cidadão que se encontrava visivelmente embriagado e com comportamento ofensivo e desrespeitador, para com os militares”.


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