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Consórcio com projeto de 1.000ME em Sines para produzir hidrogénio e amónia verdes

Escrito por em 18 de Abril, 2022

Um consórcio internacional liderado pela empresa portuguesa Madoqua Renewables pretende investir 1.000 milhões de euros num projeto de produção de hidrogénio e amónia verdes em Sines, foi hoje anunciado.

Localizado na Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS), o projeto, designado MadoquaPower2X, resulta de uma parceria entre três empresas, a portuguesa Madoqua Renewables, a neerlandesa Power2X e a gestora de fundos dinamarquesa Copenhagen Infrastructure Partners (CIP).

Em comunicado enviado hoje à agência Lusa, o consórcio explicou que a iniciativa vai ser lançada, na sexta-feira, às 10:00, no Centro de Negócios da ZILS, em Sines, numa cerimónia com os secretários de Estado da Internacionalização e do Ambiente e Energia, Bernardo Ivo Cruz e João Galamba, respetivamente.

Trata-se de “um projeto de escala industrial no valor de 1.000 milhões de euros, destinado à produção de hidrogénio e amónia verdes”, que irá “contribuir com 10 a 15% dos objetivos totais de investimento em hidrogénio de Portugal”, revelaram os promotores.

O projeto, que está “em fase de desenvolvimento”, deverá estar “totalmente licenciado e pronto para a decisão final de investimento até ao final de 2023”, estando previsto o arranque da construção no ano seguinte e a “primeira produção em meados desta década”.

Durante a primeira fase de desenvolvimento, os promotores estimam a criação de 200 postos de trabalho e, nas fases seguintes, “mais de mil empregos diretos e indiretos”, indicaram.

“O MadoquaPower2X irá usar energia renovável e unidades AWE (eletrólise de água alcalina) com uma potência de 500 MW [megawatts] para produzir”, numa primeira fase, “50 mil toneladas de hidrogénio verde e 500 mil toneladas de amónia verde”, com “possibilidade de aquisição de hidrogénio produzido por terceiros”.

Segundo a empresa, o hidrogénio produzido no âmbito deste projeto “poderá ser usado pela indústria local, transportado pelo gasoduto de hidrogénio de Sines, atualmente a ser desenvolvido pela REN, integrado na rede de gás natural já existente ou processado para a criação de amónia verde para exportação a partir do terminal do porto de Sines”, referiram no comunicado.

“A eletricidade para o MadoquaPower2X será obtida a partir de projetos de geração renovável em Portugal, em particular através de comunidades de energia renovável com parques eólicos e solares que serão desenvolvidas em paralelo”, indicou o consórcio.

Este investimento irá assegurar “contribuições significativas para a Estratégia Nacional para o Hidrogénio (EN-H2) até 2030”, garantindo “25% da capacidade total de eletrólise prevista”, reforçaram.

“Portugal está estruturalmente bem posicionado para desempenhar um papel de liderança no espaço emergente de transição energética na Europa”, destacou o presidente executivo da empresa portuguesa Madoqua, Rogaciano Rebelo, citado no comunicado.

Também o sócio fundador da Power2X, Occo Roelofsen, considerou que o desenvolvimento deste “projeto bandeira” vai permitir “acelerar a transição energética na Europa e contribuir significativamente para o objetivo ‘net-zero’ [compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera] de 2050”.

“O MadoquaPower2X irá abrir o caminho para a descarbonização de processos industriais críticos e reduzir a dependência em importações de gás natural”, reforçou o investidor.

De acordo com Filipe Costa, diretor executivo da aicep Global Parques, gestora da ZILS, este investimento “irá acelerar a transformação industrial portuguesa e aumentar as exportações”.

O consórcio disse ainda que está “a explorar oportunidades com diversas partes interessadas no sentido de expandir ainda mais o projeto de forma a ser capaz de produzir um total de 1.000 milhões de toneladas de amónia verde por ano”, desta forma, reduzindo emissões de CO2 “em 1,2 mil milhões de toneladas por ano”.

“O desenvolvimento das fases subsequentes do projeto começará em 2024, com o funcionamento em pleno previsto para 2030”, referiram ainda os promotores.


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