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APA está a acompanhar evolução da Lagoa de Santo André e afasta risco de degradação da água

Escrito por em 5 de Março, 2024

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) disse hoje que está a acompanhar a evolução das condições ambientais da Lagoa de Santo André e afastou para já o risco de degradação da água daquele sistema lagunar. Autarcas e população protestaram hoje para exigir a abertura em condições deste património natural.

Em comunicado divulgado hoje, depois de ter decorrido uma ação de protesto, convocada pela Câmara de Santiago do Cacém e Junta de Freguesia de Santo André, a APA garantiu estar “em diálogo” com o município e disse que está a acompanhar “a evolução das condições ambientais da Lagoa de Santo André”.

A ação, que juntou cerca de 100 participantes, entre autarcas, população e pescadores, incluindo a porta-voz do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Inês Sousa Real, visou protestar contra a não abertura da lagoa ao mar.

No comunicado, a APA referiu que, “contrariamente a anos anteriores, o volume de água na Lagoa de Santo André é considerável”.

“E a respetiva qualidade, nomeadamente ao nível do parâmetro oxigénio dissolvido, não evidencia a existência de risco que potencie a ocorrência de episódios de eutrofização”, argumentou.

Ainda segundo a APA, o volume de água “é muito superior ao do ano de 2023 e, sobretudo, ao de 2022”, quando a lagoa “não foi aberta ao mar devido à muito baixa quantidade de água, não se tendo então registado problemas de degradação da qualidade da água”.

“Além disso, e de acordo com informação da comunidade piscatória local, [2022] coincidiu com um dos melhores anos de sempre para a pesca comercial da enguia”, justificou.

Este ano, perante as atuais condições da lagoa, “não se prevê a ocorrência de episódios de degradação da qualidade da água”, ou seja, eutrofização, insistiu a APA.

No protesto desta terça-feira, o presidente da Junta de Freguesia de Santo André, David Gorgulho, anunciou que “o vice-presidente da APA comunicou ao presidente da Câmara Municipal da intenção de tentar fazer” a abertura da lagoa ao mar “até ao final deste mês”.

No entanto, continuou o autarca, “continuamos preocupados pela forma como vai ser feito” todo o processo de abertura.

“Esse tem sido o problema ao longo dos últimos anos. Está provado que o procedimento da forma como tem sido feito, não corresponde aquilo que são os objetivos da abertura da lagoa ao mar, a renovação da água e a entrada e saída das espécies piscícolas, e esperamos que seja desta vez, já depois de todos os esforços que foram feitos no passado, que a APA vai ouvir os pescadores locais, a comunidade local e vai cruzar o conhecimento cientifico com o conhecimento popular”, frisou.

Também presente na ação de protesto, o porta-voz do movimento cívico da Lagoa de Santo André, Rogério Bruno disse que a informação da APA “é positiva”, mas lembrou que “é preciso abrir com meios” e que é “preciso haver dinheiro para haver máquinas para abrir uma vala em condições”.

“Receio estas aberturas decididas em gabinete e depois vai haver o mesmo orçamento, que é sempre pequeno, em vez de virem três ou quatro máquinas vem uma e as areias ficam ali junto ao canal, voltam para dentro da lagoa, ou seja é preciso abrir bem”, defendeu.

Na segunda-feira, o presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, disse que a APA terá alegado que não tem “a competência legal para a abertura da lagoa, dando a entender que será o ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas] que tem essa responsabilidade”.

Mas, o ICNF “já respondeu a dizer que a responsabilidade não é sua, mas sim da APA”, acrescentou.

 


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