Trabalhadores da refinaria de Sines da Petrogal suspendem greve
Escrito por Helga Nobre em 10 de Abril, 2019
Os trabalhadores da refinaria de Sines da Petrogal decidiram suspender a greve a partir das 00:00 de sexta-feira para retomar as negociações com a administração da empresa, confirmou à rádio M24 Hélder Guerreiro, da comissão de trabalhadores.
Após 100 dias de paralisação, o representante dos trabalhadores anunciou que a administração da empresa está disposta a sentar-se à mesma mesa de negociações.
“Estamos a cumprir 100 dias de paralisação e não deixa de ser um marco histórico pela negativa que tanto o Governo como a administração [da empresa] tenham deixado arrastar esta greve por mais de 3 meses tendo finalmente demonstrado vontade para chegar a um acordo com os trabalhadores”, adiantou Hélder Guerreiro.
A greve na refinaria de Sines da Petrogal, que teve início em janeiro deste ano, foi convocada pelo Sindicato da Indústria e Comércio Petrolífero (SICOP) e pela Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal).
De acordo com o dirigente, na última semana, a “empresa encetou contactos” com os representantes dos trabalhadores “a fim de se iniciar” o processo negocial estando a reunião entre os dirigentes dos dois sindicatos e a administração da empresa agendada para a próxima sexta-feira, dia 12, em Lisboa.
“Vamos para a mesa negocial abertos a chegar a um acordo que beneficie os trabalhadores mas dependerá essencialmente da administração em se aproximar ou optar por manter uma posição intransigente, o que não acredito que venha a acontecer porque saberá que os trabalhadores voltarão à greve e irão continuar a lutar até conseguir obter os objetivos”, frisou.
O processo de greve, adiantou o dirigente, “teve início justamente porque a administração fez um simulacro de negociação ou seja, nunca demonstrou na pratica que estaria mesmo disponível para chegar a um acordo com os trabalhadores a não ser o que já estava estabelecido com os sindicatos da UGT e que era insuficiente e retirava direitos”.
Além de serem contra a caducidade da contratação coletiva na refinaria de Sines, os trabalhadores exigem melhores condições de trabalho e a reposição de direitos, como os prémios de produtividade e regularidade, regime de reformas, folgas e férias, e subsídios de infantários.