Surfista resgata quatro pessoas na praia de São Torpes (c/áudio)
Escrito por Helga Nobre em 29 de Maio, 2020
Quatro pessoas foram resgatadas com vida ontem na praia de São Torpes, no concelho de Sines, por um surfista que se terá apercebido da aflição dos banhistas e saiu em seu socorro.
“Ontem estavam três jovens a nadar contra a corrente e eu estava na minha pausa de almoço, na escola de surf, a reparar que os jovens já estavam com dificuldades em chegar a terra. Um deles conseguiu dar umas braçadas e ir para uma zona de pé e duas raparigas estavam numa zona com corrente ainda mais forte e já estavam a 50 metros do pé e percebi que tinha de lá ir, porque sabia que não íam conseguir sair se não as fossemos resgatar”, contou à rádio M24, Flávio Jorge.
Durante o salvamento, duas outras banhistas, também em apuros, necessitaram de ajuda e o surfista, proprietário da Escola de Surf do Litoral Alentejano (ESLA), foi obrigado a retirar quatro pessoas em simultâneo da água, com a ajuda da prancha de surf.
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O calor dos últimos dias tem chamado banhistas às praias e, apesar de ainda não ter vigilância, a praia de São Torpes, não é exceção, com um número elevado de pessoas a ocupar o areal e a banhar-se nas águas para se refrescar das altas temperaturas trazidas pelo mês de maio.
Sem vigilância nesta altura do ano, e com as “correntes características da morfologia da praia”, junto ao pontão e à frente da ribeira da Junqueira, entrar na água pode ser perigoso para quem não sabe nadar ou desconhece os perigos.
“Essas correntes são agueiros que puxam as pessoas para fora e têm de tentar vencer as correntes na diagonal. Quem não sabe pode enfrentar dificuldades”, explicou o surfista que defende a vigilância de nadadores-salvadores, entre maio e outubro.
Na praia de São Torpes, entre maio e outubro, “são alturas em que há muita afluência de pessoas e nestes meses de calor se houvesse nadadores-salvadores seria muito mais seguro, porque a maior parte destas situações que ocorrem em que nós surfistas e donos das escolas de surf, socorremos pessoas é precisamente nesta altura intermédia, maio e outubro, em que os nadadores-salvadores não estão nas praias e já há banhistas”, concluiu.