Sindicato contra despedimentos e pela reintegração dos trabalhadores na refinaria de Sines da Petrogal
Escrito por Helga Nobre em 29 de Abril, 2020
O Sindicato dos Trabalhadores das Industrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (Site-Sul), criticou hoje a Galp por recorrer a trabalhadores externos, durante a paragem da produção, e apelou à reintegração dos prestadores de serviços na refinaria de Sines da Petrogal.
“Houve um despedimento brutal por parte da Galp aos seus prestadores de serviço, mais de 600 trabalhadores, e agora ao que parece estão a contratar empresas espanholas e a virem trabalhadores espanhóis para cá quando há muita gente no desemprego. Muita gente está desesperada, no setor metalúrgico, já que muitos trabalhadores que nem ao fundo de desemprego têm direito”, explicou à rádio M24, o sindicalista Pedro Carvalho.
O dirigente do site-sul, que considera a atual situação “inadmissível”, apela à readmissão dos trabalhadores que foram despedidos na refinaria de Sines da Petrogal.
“Consideramos isto inadmissível já que há uma grande quantidade de mão de obra extremamente qualificada, disponível e a passar grandes dificuldades e isso vai levar a um desespero muito grande das pessoas e queremos que haja uma reversão desta situação e que todos os trabalhadores que foram despedidos sejam readmitidos e possam trabalhar”, avançou.
Em comunicado, o sindicato alerta para “o aumento sem precedentes de 700 pedidos de emprego” registado no Centro de Emprego de Sines.
“O Centro de Emprego de Sines registou um aumento sem precedentes de 700 pedidos de emprego, porém haverá muitos mais que nem sequer direito a subsídio de desemprego terão. Há uma manifesta urgência que todos os trabalhadores sejam abrangidos pelo subsídio de desemprego, sem qualquer exceção”, refere o site-sul.
Questionado sobre o recurso a trabalhadores estrangeiros, o dirigente sindical, manifestou preocupações em relação à saúde pública.
“No caso de serem pessoas de fora da nossa região é uma questão de saúde pública já que estamos em estado de emergência e se temos os direitos e garantias restringidos, tal como o direito à greve, as outras situações também têm de ser acauteladas”, sublinhou.
No entender do sindicato, que convocou um plenário de trabalhadores para a próxima segunda-feira, 04 de maio, no Jardim das Descobertas, em Sines, às 17:30, a pandemia de covid-19 “apenas veio trazer ao de cima os alertas feitos pelo SITE SUL e tornar realidade as preocupações manifestadas pelo sindicato na inexistência de proteção social dos trabalhadores em regimes de “trabalho à hora””.
A Galp anunciou que a refinaria de Sines vai suspender a atividade a partir de 04 de maio, devido à impossibilidade de “escoar os produtos produzidos”.