Sete militares da GNR acusados de 33 crimes de humilhação e tortura a migrantes de Odemira
Escrito por Helga Nobre em 17 de Dezembro, 2021
O Ministério Público de Odemira deduziu acusação contra sete militares da GNR, que prestavam serviço no posto de Vila Nova de Milfontes, por 33 crimes, por humilharem e torturarem trabalhadores imigrantes em Odemira
Vídeos gravados pelos militares, que são acusados de sequestro, abuso de poder e ofensas à integridade física, foram divulgados esta quinta-feira por uma investigação TVI/CNN, com base no relatório final da Policia Judiciária (PJ) de Setúbal.
De acordo com a CNN Portugal e TVI, no despacho de acusação, de 10 de novembro, o Ministério Público refere que os militares cometiam os atos de tortura “em manifesto uso excessivo de poder de autoridade” e que “todos os arguidos agiram com satisfação e desprezo pelos indivíduos”.
Refere ainda que a PJ já havia recolhido os telemóveis a cinco militares do posto da GNR de Vila Nova de Milfontes, suspeitos de maus-tratos a imigrantes.
Em sete vídeos analisados é possível detetar cenas de violência, insultos racistas, tortura física e humilhação contra vários imigrantes de origem asiática.
Em comunicado, a GNR, esclareceu que no processo, que remonta a 2019, estão envolvidos sete militares do Destacamento Territorial de Odemira “em que três deles são reincidentes”.
“Dos sete militares arguidos, dois militares reincidentes encontram-se a cumprir pena de suspensão decretada por S. Ex.ª o MAI”, prossegue.
Os restantes cinco militares “aguardam medidas sancionatórias, que são da responsabilidade de atribuição pela IGAI [Inspeção Geral da Administração Interna]” entidade que tutela o processo de inquérito que ainda decorre no Ministério Público.