Rita Marques destaca importância do turismo náutico na diversificação dos mercados
Escrito por Helga Nobre em 2 de Julho, 2021
A secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, destacou hoje a importância do turismo náutico na “diversificação” da oferta junto dos mercados emissores, considerando no entanto que há desafios que “devem ser atacados em várias frentes”.
“O turismo náutico tem sido um vetor no desenvolvimento da nossa estratégia e contribui para o esbatimento da sazonalidade. Este projeto das redes náuticas é muito importante, quer no litoral, mas também no nosso interior, porque estas estações têm vindo a ser implantadas junto aos nossos rios e praias fluviais e permitem maiores níveis de turismo em todo o território”, disse Rita Marques.
Em declarações aos jornalistas, à margem da cerimónia oficial de certificação da Estação Náutica de Odemira, que decorreu hoje no cais da Fateixa, em Vila Nova de Milfontes, a governante, considerou que há desafios que “têm de ser trabalhados” ao nível da governança, da valorização destas infraestruturas e da promoção internacional.
“A rede de estações náuticas precisa de uma governança clara, que envolva todos os atores, destacando-se o Fórum Oceano, mas também as autoridades locais”, defendeu.
Outro dos desafios, prende-se “com a valorização destas infraestruturas a médio-prazo”, com a “capacitação dos recursos humanos” e a valorização das profissões relacionadas a este setor.
“A terceira componente tem a ver com a promoção internacional” porque “precisamos de diversificar os mercados emissores” e para isso “precisamos de trabalhar o turismo náutico em rede, ter escala para promover internacionalmente este produto”, frisou.
A criação da estação náutica, com três polos situados ao longo do curso do rio Mira, vai permitir cativar mais turistas para o concelho de Odemira, defendeu o presidente da Câmara de Odemira, José Alberto Guerreiro.
“É um projeto que ganhou forma, a partir de uma estratégia local de valorização do rio Mira, que vem contribuir para a referência de Odemira, enquanto oferta nesse âmbito náutico. Já aqui temos imensas atividades turistas no âmbito da exploração do recreio e da náutica, temos uma grande expressão no domínio da canoagem, com a formação e competição que os clubes desenvolvem”, afirmou o autarca.
A estação conta com três polos ao longo do rio Mira, que funcionam nos postos de turismo de Vila Nova de Milfontes, de Odemira e de Santa Clara-a-Velha, freguesia onde se situa a albufeira de Santa Clara.
“Também Santa Clara tem um imenso potencial do equipamento que lá foi construído para que o centro náutico venha a ter uma utilização nacional e internacional”, indicou.
“Com este passo, estamos em crer que vamos contribuir para esbater um pouco mais a sazonalidade do turismo local, contribuir para a atratividade de um público muito específico e, por outro lado, o alojamento e a restauração tenderão naturalmente a beneficiar”, acrescentou.
O projeto da Estação Náutica de Odemira (ENO) é coordenado pelo município e tem como parceiros a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo e a Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo.
A nova infraestrutura está certificada desde abril de 2021 e integra a rede de estações náuticas de Portugal, num total de 26, iniciativa do Fórum Oceano – Associação da Economia do Mar para a dinamização da fileira do turismo náutico no país.
A internacionalização das Estações Náuticas é o próximo passo para o crescimento desta rede e o autarca espera que este circuito entre Odemira e Vila Nova de Milfontes “possa contribuir para essa internacionalização”.
A Câmara de Odemira explicou que “a missão” da ENO é “organizar, divulgar e disponibilizar aos visitantes e munícipes uma oferta integrada e diversificada de atividades náuticas”.
“Também gostaríamos que Santa Clara pudesse continuar a contar com aquilo que já experimentou e correu bem que é o estágio de seleções internacionais na área da canoagem e, para isso, foi essencial melhorar as condições de atracagem nestes três pontos na última década e que se vão reforçar agora com pontos intermédios entre Odemira e Milfontes, com cais que já estão financiados por projetos europeus”, frisou.
A infraestrutura servirá igualmente para promover “outros eventos e/ou experiências complementares de alojamento, restauração, animação e serviços, bem como garantir a sustentabilidade económica, social e ambiental do território”, esclareceu, em comunicado, o município.
Lembrando que Odemira “possui características naturais ligadas à água que representam ativos diferenciadores, nomeadamente, o rio Mira, a faixa costeira e a albufeira de Santa Clara”, a autarquia sublinhou que a ENO tem ainda como objetivo “a valorização da qualidade das infraestruturas existentes, bem como a criação de outras”.
O projeto conta, a nível local, com a colaboração dos clubes náuticos de Milfontes e do Litoral Alentejano, do Clube Fluvial Odemirense, da Associação Foz do Mira, do Agrupamento de Escolas de Odemira e do Instituto de Nossa Senhora de Fátima.
A Associação Casas Brancas, a Associação Rota Vicentina, a CACO – Associação de Artesãos do Concelho de Odemira, empresas de animação turística e operadores marítimo-turísticos, unidades de alojamento e restaurantes são os restantes parceiros da estação náutica.