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Município de Santiago do Cacém contra decisão de não abrir Lagoa Santo André ao mar

Escrito por em 22 de Abril, 2020

Os presidentes da Câmara Municipal de Santiago do Cacém e da Junta de Freguesia de Santo André, contestaram hoje a decisão das entidades oficiais de não abrir este ano ao mar a Lagoa de Santo André.

(c) Junta de Freguesia de Santo André

A abertura da Lagoa estava programada para meados de março, mas a situação de Estado de Emergência devido à pandemia por Covid-19 levou ao seu adiamento para o início de abril.

Em comunicado, o presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, e o presidente da Junta de Freguesia, David Gorgulho, dizem-se “preocupados com as consequências que esta decisão pode vir a ter nas vidas dos pescadores, e suas famílias, e na economia local”.

“Para avançar com a abertura da Lagoa, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), necessita do parecer do Instituto de Conservação da Natureza e da Floresta (ICNF), que é vinculativo. Quando foi solicitado ao ICNF pronunciar-se sobre a nova data esta entidade emitiu um parecer desfavorável, evocando que a abertura da Lagoa neste período iria afetar a nidificação de uma espécie de aves”, revelou o presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha.

De acordo com o autarca, citado no comunicado, o ICNF, salienta “que os malefícios provocados pela abertura da Lagoa, a essa espécie, seriam superiores aos benefícios que esta operação traz à Lagoa de Santo André todos os anos”.

Para o Presidente da Câmara Municipal este parecer “prejudica a comunidade piscatória e toda a atividade económica que resulta da pesca da enguia, como a da restauração, estendendo-se ainda às pessoas que frequentam a Lagoa e a praia”.

O autarca recorda que “esta situação vem juntar-se à registada o ano passado em que a Lagoa só esteve aberta ao mar por poucas horas”.

Em resposta ao município, que fez chegar estas preocupações à APA para que a decisão fosse reconsiderada, o ICNF “manteve a mesma posição, o que é lamentável e nos deixa pouco confiantes quanto ao futuro”, refere o autarca.

Por sua vez, o presidente da Junta de Freguesia de Santo André, David Gorgulho, que “compreende a situação”, refere que “há um fator que não pode ser deixado ao acaso que são as pessoas, principalmente, os pescadores e a restauração”

“São parte muito importante da economia local, que dependem da existência de condições favoráveis na Lagoa de Santo André que, todos os anos, é trazida pela abertura ao mar”, acrescentou.

O autarca defende, “sem prejuízo das questões levantadas” pelo ICNF, “um equilíbrio que privilegiasse a preservação da avifauna e do meio ambiente da Reserva Natural, que é uma mais-valia para o nosso concelho, e as pessoas que necessitam da Lagoa, assim como a nossa economia”.

O município sublinha ainda que abertura da Lagoa de Santo André ao mar é um procedimento fundamental do ponto de vista ambiental para a renovação do sistema lagunar de extrema importância para o habitat das várias espécies que ali vivem, desde os peixes às aves migratórias.

 


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