MAI faz avaliação “muito positiva” do esforço que está a ser feito em Odemira
Escrito por Helga Nobre em 4 de Maio, 2021
O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita fez hoje uma avaliação muito positiva do esforço que está a ser feito por todas as entidades e do impacto que o conjunto de medidas de saúde pública tem nas duas freguesias do concelho de Odemira abrangidas pela cerca sanitária.
Num balanço da aplicação do cordão sanitário, medida anunciada no dia 29 de abril, o governante avançou que na freguesia de Longueira – Almograve “não se regista nenhum novo caso” e houve “uma redução de 127 casos registados nos últimos 14 dias para 53 casos” na freguesia de São Teotónio.
“Temos uma evolução que claramente prova que estamos no caminho certo e temos de manter esta resiliência que leva a uma redução de menos de metade da incidência” nestas duas freguesias do concelho de Odemira.
Já nas restantes freguesias, que avançaram para a 1.ª fase de desconfinamento, “não se registam situações de preocupação”, mantendo-se “um respeito pelas regras de saúde pública que não determina qualquer agravamento no número de casos registados”, realçou.
Em declarações aos jornalistas, no final da reunião da task force local, para fazer o acompanhamento do trabalho que está a ser feito para conter as cadeias de contágio, principalmente, entre os trabalhadores agrícolas, Eduardo Cabrita escusou-se a antecipar um eventual levantamento da cerca sanitária na reunião do Conselho de Ministros da próxima quinta-feira.
“Chamo a atenção que é necessário resiliência e que estas medidas têm um tempo de aplicação em regra que é apontado, de incidência a 14 dias que é o referencial internacional”, reforçou.
O ministro da Administração Interna repetiu que até ao momento “estão identificadas 22 situações de alojamento em condições que geram sérias reservas sobre as condições de salubridade desses alojamentos e que todas estas pessoas serão testadas a partir de hoje”.
Quanto aos mecanismos de retaguarda, esclareceu que houve “uma elevação da resposta” que “anteriormente estavam longe”, referindo-se à Base Aérea de Beja e a Base Naval do Alfeite “que estão à disposição do país e, naturalmente, à disposição de Odemira”.
“De novo temos a mobilização de instrumentos que poderão ser utilizados e que permitirão colocar na Pousada de Juventude de Almograve pessoas positivas assintomáticas que não tenham condições de permanência no seu alojamento. Os negativos assintomáticos poderão ser colocados na residência de estudantes de Odemira”.
Já o Parque de Campismo do Zmar Eco Experience “que está numa situação de insolvência dispõe de capacidade que não tem a ver com as estruturas que estão ocupadas por pessoas com direitos de permanência”, reiterando que “não tem nenhum sentido tanta coisa que vi por aí, dita de pessoas a serem retiradas das suas residências secundárias ou principais”.
“Estamos perante uma unidade que está licenciada como Parque de Campismo que está numa situação de insolvência e o que está em causa é que, hoje, existindo uma disponibilidade para, em função dos alojamentos, instalar entre 90 a 120 pessoas, se for necessário, o que temos aqui é uma capacidade usada na Lei de Bases de Proteção Civil que prevê o recurso à requisição civil de equipamentos”, sublinhou.
Nas declarações aos jornalistas, o ministro reforçou que o Governo “está atento” às questões relacionadas com a exploração de mão-de-obra, tráfico humano e sobrelotação de habitações, mas definiu como prioridade absoluta “a saúde pública e a resposta à pandemia”.
“Neste momento a prioridade absoluta é saúde pública, é a resposta à pandemia. Os problemas de habitação e de modelo económico da região não serão resolvidos em uma ou duas semanas. As entidades, como o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), têm atuado no quadro daquilo que é a dimensão criminal” disse, salientando que “a economia” existente no concelho de Odemira “é relevante para a região e para o país”.
Contudo, acrescentou, as empresas [agrícolas] “são os primeiros interessados em que o modelo económico que é desenvolvido nesta área seja associado ao respeito pelos direitos humanos, ao respeito pelo trabalho com direitos e ao respeito pelo direito à habitação”.
Até 03 de maio foram realizados 11 mil testes no concelho de Odemira que completou na terça-feira a vacinação de todos os cidadãos identificados com mais de 60 anos, tornando-se “provavelmente no primeiro concelho do país a completar a vacinação” contra a covid-19 nesta faixa etária, realçou o governante.